Inaugurada em meados de 2002, A Nova Biblioteca de Alexandria foi projetada por um jovem escritório de arquitetura norueguês chamado Snøhetta, que trouxe do passado a ideia de criar um grande centro cultural para a humanidade. A repaginação da obra, considerada como uma das sete maravilhas do mundo antigo, destaca-se não apenas pela história e iniciativa, mas por seu belíssimo design.
A Antiga Biblioteca de Alexandria foi fundada no quarto século, quando a cidade estava sob o domínio dos gregos e tornou-se um dos maiores centros culturais da história antiga, com cerca de 700 mil manuscritos que tinham como objetivo preservar a cultura da época. Frequentada por grandes gênios como Arquimedes, a biblioteca ofereceu uma vasta quantidade de conhecimento que viria a sucumbir devido à destruição total de um incêndio a pouco mais de mil setecentos anos. Uma perda irreparável para a história da humanidade.
Durante um longo período de tempo, a Biblioteca tornou-se apenas uma citação em livros de história, até que em 1989 o Estado Egípcio, na época governado pelo presidente deposto Hosni Mubarak, decidiu tocar uma iniciativa de construção de uma nova Biblioteca de Alexandria que circulava no país desde 1974.
Foi realizado então um concurso onde cerca de 650 equipes de arquitetos apresentaram projetos. Uma surpresa ocorreu quando a Snøhetta – uma pequena empresa norueguesa que nunca havia ganhado um concurso ou construído edifícios em grande escala – levou o primeiro prêmio.
O projeto foi construído às margens do Mediterrâneo, no mesmo local onde, segundo especialistas, erguia-se a antiga biblioteca. A versão moderna do histórico centro de conhecimento abriga hoje mais de quatro milhões de livros, cem mil manuscritos e 50 mil mapas. Também faz parte de seu acervo o único papiro que sobreviveu à destruição da antiga biblioteca.
O prédio que abriga o novo complexo cultural tem proporções faraônicas e é repleto de simbolismos. O edifício de onze pavimentos tem a forma de um disco inclinado na direção do mar que, segundo os construtores, representa “o nascer do Sol a cada dia para saudar os novos conhecimentos”. No paredão de granito que envolve a biblioteca estão inscritas letras e símbolos de todas as línguas dos mundos moderno e antigo.
A obra da Nova Biblioteca de Alexandria foi financiada praticamente pela UNESCO, custou cerca de 200 milhões e demorou cerca de sete anos para ficar pronto, sendo reaberta em 2002. Ela é considerada uma das obras arquitetônicas mais importantes e imponentes das últimas décadas.
Crédito/fonte da foto: Snohetta Fonte do post: Snohetta e O Globo