Transformados pelo uso

Redação Galeria da Arquitetura Será que a Lina Bo Bardi projetou o vão do MASP pensando que ele seri
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Redação Galeria
da Arquitetura

Será que a Lina Bo Bardi projetou o vão do MASP pensando que ele seria palco de tantas manifestações? E quem poderia imaginar que uma travessa de paralelepípedos na Vila Madalena se transformaria em uma vitrine de grafites como o descolado Beco do Batman?

Na lista a seguir, confira três projetos arquitetônicos e espaços paulistas que foram transformados pelo uso da população. 

Vão
do Masp

Crédito: Shutterstock

Projetado pela
arquiteta Lina
Bo Bardi
e idealizado pelo engenheiro
José Carlos de Figueiredo Ferraz
, o vão do MASP possui mais de 70 metros e suspende o museu a 8 metros de altura. A
ideia inicial de Lina, era que o panorama do local permitisse uma vista
privilegiada ao Vale do Anhangabaú. Mas isso não aconteceu de forma
efetiva devido à urbanização acelerada da cidade. A vegetação também era um
ponto que deveria ser explorado de maneira mais abrangente, já que o espaço
seria uma extensão do parque Trianon (em frente).

Atualmente o local recebe
uma feira de antiguidades todos os domingos e é palco de manifestações
culturais, como cinemas, shows, exposições etc.

Leia também: Paulistanos, se preparem: 2016 é a vez de São
Paulo sediar grandes eventos de arquitetura

Minhocão

Crédito: Shuttestock

O Elevado
Costa e Silva
talvez seja o
exemplo mais efetivo que temos de modificação do projeto nascente graças à
intervenção social. Controverso desde sua criação, foi responsável pela
desvalorização de imóveis ao redor e a degradação de via de pedestres que fica
sob a estrutura. Em 1976 os moradores de prédios que beiram o elevado e
ativistas sociais conseguiram, após inúmeras reclamações, que a via fosse
fechada das 00h às 05h. Já em 1989, a Prefeitura estendeu esse período para as 21h30
e, aos domingos, durante o dia todo.

Desde então a luta para que o Minhocão deixe permanentemente de receber carros
é constante. Na Câmera Municipal tramitam dois projetos: da demolição do
viaduto ou de sua transformação em um parque. Por ora, durante o período em que não comporta carros, o elevado recebe
pedestres, ciclistas e artistas.

Leia mais: São Paulo: a beleza entre o caos

Beco do Batman

Crédito: Shutterstock

Era só uma travessa de
paralelepípedos que ligava as ruas Gonçalo Afonso e Medeiros no boêmio bairro
da Vila Madalena
. Na década de 80, alguém grafitou um super-herói da DC
Comics na entrada da viela e deu início a uma das maiores galerias de arte a
céu aberto de São Paulo. O Beco do Batman ganhou o status de um dos lugares mais
disputados para grafites e transformou-se em ponto turístico da capital. É
cenário para diversos ensaios fotográficos, shows de artistas independentes e
ponto de encontro dos amantes da arte urbana.



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