Redação Galeria da Arquitetura
O projeto das cozinhas costumava ficar em
segundo plano diante de ambientes mais recreativos, como a sala
de estar e as áreas de lazer. Entretanto, esse panorama se inverteu quando
a cozinha foi redefinida como um espaço de convívio social, no qual as pessoas
se juntam para desfrutar do ritual de preparo das refeições.
Crédito: Celso
Brando
– Projeto Casa do Itanhangá, escritório Paulo Musa Arquiteto
Com a mudança de comportamento mudam também as
necessidades de projeto. Afinal, o que é importante considerar ao projetar uma
cozinha? Praticidade? Fácil limpeza e manutenção? Com a ajuda dos arquitetos Vasco
Lopes e Andrya
Kohlmann, listamos 5 dicas. Confira:
1) Escolha os materiais
Para garantir a funcionalidade da
cozinha,
a aplicação de certos materiais é fundamental. Segundo Vasco Lopes, o acabamento
deve facilitar a limpeza. “Os tampos podem ser de pedra
natural ou sintética, e até mesmo de corian, que oferece a vantagem de ter a pia
acoplada à mesma peça ou ao aço
inox”, explica.
Para
o piso, ele indica o porcelanato sem
brilho porque o material não escorrega. E para as paredes, que geralmente
têm contato com água ou ficam próximas ao fogão, recomenda cerâmica ou pedra.
Crédito:
Xico
Diniz
– Projeto Casa do Colecionador, escritório SQ+ Arquitetos
Associados
Andrya Kohlmann lembra que o mármore – principalmente os mais claros e
extremamente porosos como travertino e carrara – não é a pedra natural mais indicada para tampos e pisos. “Uma opção melhor
é o granito. Quanto mais escuro, melhor,
pois não mancha facilmente e oferece mais resistência e durabilidade”. Andrya
ainda alerta sobre os revestimentos decorativos, como as opções em 3D com
diferentes profundidades. “Estes acumulam muito pó e gordura, dificultando a
limpeza do local”.
Crédito:
Marco
Tie
– Projeto Gadia House, escritório Bia Gadia Arquitetura
2) Projete o espaço de circulação
É
essencial deixar um espaço mínimo necessário para as pessoas passarem entre os
móveis e paredes, considerando o intervalo de 75 a 90 centímetros. “Em casos
extremos, pode-se utilizar o mínimo de 50 a 60 centímetros”, frisa a arquiteta.
Crédito:
André
Nazareth – Residência EJR, escritório Skylab
Arquitetos
3) Planeje o mobiliário
A altura dos móveis deve receber atenção.
De acordo com Andrya, a pia precisa ficar a 90 e 95 cm do chão, dependendo da
altura de quem vai utilizar a cozinha. “Os móveis aéreos devem ter ao menos 60
cm de distância da pia ou bancada. Além disso, o ideal é manter sua
profundidade menor que a bancada, para que a pessoa não bata a cabeça”,
acrescenta.
Crédito:
Maira
Acayaba – Projeto Residência Grama,
escritório Vasco Lopes
Por falar nisso, os móveis suspensos, além de serem mais práticos em termos de
manutenção futura e limpeza diária, funcionam muito bem e deixam espaços livres
para encaixe dos pés. Se não for possível, é interessante manter ao menos um
rodapé recuado para proporcionar conforto.
4) Crie
um layout que priorize a funcionalidade
Lopes afirma que em uma cozinha, as principais
características são a funcionalidade e a ergonomia. “Com isso, minimizamos os
pequenos deslocamentos e o acesso às várias etapas de preparo dos alimentos”,
explica. Para ele, o importante é mantê-los próximos à estocagem (geladeira), ao
pré-preparo (pia e bancada de corte) e ao preparo (fogão). “Essa disposição
deve, preferencialmente, formar uma espécie de triângulo”, comenta o arquiteto.
Crédito:
Nenad
Rodovanic – Projeto
Residência Campestre, escritório Juliana Lahóz Arquitetura
Andrya chama esse posicionamento de linha de produção,
pois os diferentes processos têm que estar dispostos de acordo com a ordem de
execução, ou seja, distribuídos em setores: armazenagem, limpeza, produção e
consumo.
5) Escolha
os eletrodomésticos e pense na instalação
Para que tudo se encaixe em perfeita harmonia, é
preciso pensar nos eletrodomésticos em conjunto com os demais componentes da
cozinha. Além dos tradicionais aparelhos como geladeira, fogão e micro-ondas,
deve-se analisar a necessidade de outros como depurador e exaustor, que filtram a gordura e, claro, interferem
nos espaços.
Crédito:
Marcelo Donadussi, Projeto Apartamento GRZ, escritório
Andrya Kohlmann
Crédito:
Jomar Bragança, Projeto Casa Jardim, escritório David
Guerra Arquitetura e Interiores
Andrya esclarece sobre a voltagem dos
eletrodomésticos, já que determinados modelos – como micro-ondas e fornos
elétricos de embutir – dificilmente são encontrados na voltagem 127V. “Por isso
é importante avaliar as condições existentes para comprar modelos compatíveis”,
destaca.
Crédito:
André
Nazareth – Projeto Marigold, escritório André
Luque Arquitetura