Empresas investem em ambientes de trabalho mais descontraídos e integrados

Escritórios que facilitam a interação dos colaboradores estão cada vez mais frequentes no meio corporativo
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Empresas investem em ambientes de trabalho mais descontraídos e integradosProjeto:
Agência Rock, MM18 Arquitetura. Foto: Pedro Vannucchi

Redação Galeria da Arquitetura 

Um traçado
horizontal, com uso intenso de madeira, estruturas aparentes e jardins. Estas características pertencem ao Edifício Corujas, um prédio comercial que reúne uma
série de escritórios de alto padrão localizado no bairro da Vila Madalena, em
São Paulo. O projeto é um exemplo da aposta dos arquitetos em ambientes
corporativos cada vez mais humanizados.

Seguindo o oposto
de arranha-céus espelhados, consiste em uma construção que se compõe,
basicamente, de espaço fechado, ventilado e iluminado com grande varanda para
sala de reuniões e jardim privativo. “O espaço, aliado a outros fatores como
vegetação abundante, escala agradável e ausência de grades influencia o usuário
e realmente propõe uma arquitetura que mude a forma do trabalho cotidiano”,
comenta o arquiteto Fernando Forte, sócio-fundador do
FGMF Arquitetos, escritório responsável pelo projeto. 

Projeto: Edifício
Corujas, FGMF Arquitetos. Foto: Rafaela Netto


Projeto: Edifício
Corujas, FGMF Arquitetos. Foto: Rafaela Netto

Desempenho em foco

As sensações de
liberdade e descontração melhoram visivelmente o desempenho dos funcionários e,
consequentemente, o rendimento da empresa. Bruna Bianchini Cicarelli, arquiteta
do
Dante Della Manna, que assinou o projeto para a sede do Linkedin no Brasil na região de Pinheiros, em São Paulo, comenta que a solicitação por ambientes de trabalho mais descontraídos
aumentou consideravelmente. “Essa tipologia proporciona mais integração entre
os usuários, possibilita o aumento da criatividade, instiga a movimentação
física e melhora o bem-estar do funcionário.”

O programa do
escritório tem como referência a capital paulista. As salas de reuniões – que
podem acomodar de três a 80 pessoas – levam nomes de bairros, os setores são
identificados por placas e os conceitos da empresa são escritos em lambe-lambes
colados nas paredes revestidas com o famoso piso de São Paulo. Além de criativo,
o ambiente é funcional. “Proporciona a escolha de como e onde o funcionário
poderá trabalhar, auxiliando na diminuição do estresse, na menor abstenção e na
diminuição da perda de funcionários para outras empresas”, sentencia Cicarelli. 

Projeto:
Sede do Linkedin no Brasil, Dante Della Manna. Foto: Nelson Kon


Projeto:
Sede do Linkedin no Brasil, Dante Della Manna. Foto: Nelson Kon

Fluxos
reorganizados

Para o arquiteto Marcos Paulo Caldeira, do MM18 Arquitetura, o
fluxo de informação mais horizontal é o ponto de partida para o projeto de um
ambiente super colaborativo. Responsável pelo projeto de reforma e ampliação da
Agência Rock, no bairro do
Alto de Pinheiros, em São Paulo, Caldeira conta que por se tratar de uma agência
de publicidade a proposta era livre, mas ainda requeria algumas setorizações
que não são mais utilizadas nas empresas mais novas. “Dessa forma, é fácil
perceber a hierarquia da empresa por meio do layout”, conta. Antes da reforma,
os ambientes eram ainda mais divididos.

A modernidade do projeto fica por conta da área
externa, constituída de
estrutura
metálica

com vedações feitas de telhas zipadas termoacústicas – também conhecidas como
telhas tipo sanduíche –, “utilizadas como técnica para reduzir o tempo de obra
nas etapas de reboco e pintura, além de facilitar a criação de grandes vãos”, explica
Caldeira. Além de atender à necessidade de ampliação com curto prazo de obra, a
solução estrutural dá uma identidade mais moderna ao espaço.

Projeto:
Agência Rock, MM18 Arquitetura. Foto: Pedro Vannucchi


Projeto:
Agência Rock, MM18 Arquitetura. Foto: Pedro Vannucchi

Descontraído
x tradicional

Ao comentar sobre contrapontos e desvantagens
dos ambientes mais descontraídos comparados com os locais mais tradicionais de
trabalho, Cicarelli
esclarece: “o
importante é prezar para que ambos proporcionem qualidade espacial para os
usuários”.
 

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