Reprodução: Maplink
Redação Galeria da Arquitetura
Em nenhum outro lugar da cidade de São Paulo é
possível encontrar tantos escritórios de arquitetura por m² como na Rua General
Jardim, na Vila Buarque. Com cerca de 50 escritórios nas redondezas – como o
2SMC, Nitsche e
UNA
–, o local ganhou a alcunha de “Rua dos Arquitetos”. Mas por que tamanha
concentração?
De acordo com André Scarpa, arquiteto do Nitsche, a localização
e o custo-benefício são fatores determinantes. “Acredito que os arquitetos vieram
para cá por encontrarem preços muito acessíveis para uma localização
privilegiada – perto do centro, de Higienópolis, do IAB, da FAU Maranhão e do
Mackenzie.”
A concentração também acaba favorecendo parcerias. “Em
2012 nos juntamos com o Metro
Arquitetos para desenvolver um projeto com o OMA aqui em São
Paulo. Os novos projetos para o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
estão sendo desenvolvidos em parceria pelo Metro, Piratininga e
MMBB,
todos sediados na General Jardim”, afirma Scarpa.
Escritórios e faculdades
Ampliando um pouco mais o raio, podemos encontrar
instituições de ensino na região, como a FAAP, Escola da Cidade, FAU e o Mackenzie.
Para Marcio Coelho, arquiteto do 2SMC e professor de Projeto de Arquitetura e
Patrimônio Urbano na FAAP, a proximidade entre os escritórios e as faculdades
facilita bastante o dia a dia dos arquitetos. Ele conta que é possível realizar
boa parte dos deslocamentos necessários a pé ou de bicicleta, tanto para
conciliar trabalho e estudo, quanto para quem se divide entre escritório e
docência.
Além dos benefícios profissionais, a proximidade
entre os escritórios criou um novo meio de comunicação. “Uma grande amiga
trabalha no prédio em frente ao nosso, exatamente na mesma altura (9º pavimento),
e nos comunicamos por meio de acenos de janela para janela, combinando eventuais
cafés durante a tarde ou até mesmo pizza madrugada adentro. Muito mais legal
que WhatsApp”, conta Coelho.
São muitos os fatores que levam a General Jardim ser
a rua dos arquitetos: desde os mais óbvios, como o custo-benefício, até os pequenos
detalhes, como bancas de jornal com revistas especializadas difíceis de serem
encontradas em outros locais. Além da chance de encontrar Paulo
Mendes da Rocha – cujo escritório fica no prédio do IAB-SP, em
uma travessa da General. “Depois de um tempo levamos tudo com mais
naturalidade, mas no começo era sempre emocionante cruzar com ele na calçada.
Minto, ainda é”, brinca Scarpa.