Redação Galeria da Arquitetura
Um projeto de arquitetura sustentável geralmente se caracteriza por um conjunto de fatores que agregam desempenho social, econômico e ambiental à edificação. Maximização de espaços abertos, aproveitamento de iluminação natural e reúso de materiais, por exemplo, são práticas que ajudam a consolidar o conceito verde do empreendimento.
O método formal adotado na construção para chancelar a característica sustentável dos edifícios é por meio de selos, cujos mais importantes no Brasil são o LEED e o AQUA-HQE. De acordo com esses sistemas de avaliação, confira a seguir oito critérios sustentáveis relevantes para considerar durante a concepção de um projeto.
1. Relação com o entorno
Engloba tudo o que interage com a implantação do edifício, como infraestrutura local, acessos, conectividade urbana etc. Algumas das práticas para pontuar nesse quesito consistem em eliminação de letreiros e agentes poluidores visuais; maximização de espaços abertos, como terraços e grandes praças; remediação de áreas contaminadas; fácil acesso ao transporte público; redução da área de estacionamento; inclusão de bicicletários e vestiários, entre outros.
2. Gestão de água
Foca em iniciativas para uso eficiente e racional da água, com foco na redução do consumo. Projetos com sistemas de reaproveitamento de água da chuva; redução da pressão do sistema hidráulico; uso de arejadores nas torneiras e até projeção de estações para tratamento e reúso são fundamentais para uma gestão sustentável da água.
3. Eficiência energética
Baseia-se no sistema de geração de energia do empreendimento e seu devido impacto ambiental. Alternativas locais de geração de energia, como aquecedores solares e painéis fotovoltaicos, agregam maior pontuação para esse critério. Outra solução eficaz consiste em explorar a luz natural, a ventilação cruzada e equipamentos mais eficientes, como elevadores inteligentes, sensores de presença de iluminação, entre outros.
4. Qualidade interna do ar
Crucial para ambientes onde as pessoas permanecem por longos períodos. Soluções que privilegiem a vista externa, a captação de iluminação natural e o monitoramento da ventilação são ideais para cumprir esse critério. Também é importante que a especificação opte por materiais com baixa emissão de VOCs (compostos orgânicos voláteis).
5. Conforto acústico
Baseia-se, praticamente, na propriedade de isolamento acústico do projeto, com menores taxas de ruído externo e entre lajes para dentro dos ambientes. É garantido por sistemas de pisos adequados e por fechamentos com materiais mais densos, como concreto, aço e vidro.
6. Canteiro racional
A especificação de materiais e soluções construtivas deve minimizar ou eliminar a geração de resíduos, de poeira, de sujeira, de tráfego e de consumo de recursos e, consequentemente, o impacto ambiental do canteiro de obras. A substituição de métodos construtivos tradicionais por soluções prontas – como trocar fechamentos em bloco por placas de gesso acartonado – é um exemplo.
7. Gestão de resíduos
Consiste na elaboração de um programa logístico para destinação correta dos resíduos e materiais recicláveis, sempre que possível. Gestão para separação e descarte consciente também integra a lista de soluções.
8. Atendimento à legislação
É mandatório que os projetos sigam os regulamentos das diferentes esferas legislativas (municipal, estadual e federal), como códigos de obras e leis de zoneamento, uma vez que as próprias legislações já são formuladas considerando, entre outros critérios, os conceitos sustentáveis.