O design pode auxiliar a saúde
mental e física da população (Srijaroen/shutterstock.com)
Redação Galeria da Arquitetura
“Arquitetar sem pensar no
bem-estar físico e mental do usuário é, no mínimo, surreal. É sempre bom ver
bons hábitos se reinstalando com novos nomes”. A frase é da arquiteta Elenara
Leitão e vai de encontro com um tema pouco difundido, mas muito presente no
cotidiano dos arquitetos: Active Design (AD). Trata-se de uma disciplina
que busca aumentar a qualidade de vida do indivíduo, tanto mentalmente, quanto fisicamente.
A escolha da lâmpada para
determinado ambiente ou a definição do local que receberá escadas e elevadores
são algumas situações do Active Design que podem influenciar na saúde física
e mental de uma pessoa. “Além da harmonia entre o corpo sadio e a mente, é
necessário considerar os aspectos intangíveis que um ambiente bem projetado
proporciona em termos de segurança, conforto ambiental e psicológico”,
afirma Elenara.
Saúde
mental
Com ambientes agradáveis e
acolhedores, as pessoas interagem mais e melhor em um prédio, por exemplo.
Consequentemente, doenças como a depressão podem ser evitadas. A utilização
correta da iluminação artificial e natural também contribui para amenizar os
sintomas do Alzheimer ou distúrbios de
sono, além de melhorar a saúde dos olhos.
Saúde
física
Ao entrar em um edifício
com mais de três andares, logo procuramos o elevador. Para mudar esse hábito, o
Active Design pretende reeducar os conceitos e incentivar o uso de alternativas
que auxiliem em uma possível melhora da saúde.
Para exemplificar o fato de que pequenos detalhes influenciam nas suas escolhas, vamos utilizar a escada. Entre escada fixa, rolante e elevador, qual é sua preferência? Provavelmente a fixa foi sua última opção, não é mesmo? E se as escadas fossem mais atrativas, com vista panorâmica para o exterior do prédio, e o elevador estivesse recluso no canto do andar? Isso é o que acontece no Bullitt Center, em Seattle, Estados Unidos.
Já na Suécia, uma ação promocional realizada no metrô de Estocolmo, em 2009, deixou os degraus da escada com o visual e os sons de um piano. O resultado? A maioria das pessoas dispensou a escada rolante e entrou na “brincadeira”. Além disso, diversos locais mundo a fora reproduziram a ideia com êxito semelhante.
Com algumas modificações nos projetos, as pessoas já começam a agir de maneira mais saudável. Os arquitetos podem lançar mão do Active Design até mesmo para o planejamento de cidades ou bairros que priorizam o tráfego de pedestres. A iniciativa é muito válida, concorda?
Crédito: escada utilizada no Bullit Center, em Seattle.
(Nic Lehoux / flickr.com/bullitt_center)