Old but gold: os croquis ainda são essenciais para a arquitetura

Gosta de rabiscar? Saiba por que os croquis ainda não perderam espaço nos processos criativos da arquitetura, mesmo com a invenção de softwares cada vez mais avançados
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Old but gold: os croquis ainda são essenciais para a arquitetura

O croqui é fundamental para o desenvolvimento
de um projeto (crédito: shutterstock.com / Svjatoslav Andreichyn)

Redação Galeria da Arquitetura

A expressão “old but gold” se refere a algo antigo que
ainda possui muito valor. Essa é a melhor forma de descrever os croquis na arquitetura
contemporânea
. Com a invenção de computadores, tablets e smartphones, o uso
do papel e da caneta ficou obsoleto para determinadas tarefas. Mesmo assim, há
quem não abra mão do croqui durante os processos criativos.

É bem verdade que
softwares como VectorWorks, ArchiCAD e SketchUp oferecem facilidades e
infinitas opções para designers e arquitetos. Afinal, como
explica Renata Furlanetto, diretora do Studio mk27, “os aplicativos de
desenho a mão em plataformas digitais estão se desenvolvendo muito – e ficarão
cada vez mais populares”.

No entanto, vale ressaltar
duas coisas: a primeira é que nem sempre a tecnologia está ao alcance de todos.
E o segundo – e talvez mais importante – é que o processo criativo varia muito
de indivíduo para indivíduo, tornando praticamente impossível prever quando e
onde as ideias vão aparecer. É aí que entra o croqui.

Croqui: a origem do projeto

A palavra “croqui” é
derivada do francês “croquer”, que
significa esboçar. É uma maneira simples de colocar uma ideia no papel, rabiscar
sem muito compromisso com simetria, precisão e acabamento perfeito. É
simplesmente materializar o pensamento em um pedaço de papel, em qualquer momento
e lugar.

Em um processo
criativo com mais de uma pessoa envolvida, colocar as ideias em um croqui é
fundamental para o entendimento. “Como somos em três sócios – e todos os
projetos são frutos de uma discussão –, o croqui é um elemento fundamental para
explicar uma ideia ou descartá-la para criar outra linha de raciocínio. É um
amadurecimento natural até o momento de transportar a ideia para o software
mais adequado”, relata Fernando Forte, sócio e arquiteto do FGMF Arquitetos.

Prática atemporal

Você provavelmente
já ouviu que para ser um arquiteto é preciso saber desenhar. Mas para profissionais
como Furlanetto, “não é necessário um desenho hiper-realista. O importante é se
comunicar através dessa linguagem”.

Forte compartilha da
mesma opinião: “No passado, antes do advento dos softwares, saber desenhar era
uma certa vantagem, assim como alguém eloquente pode ter uma vantagem sobre os
colegas na advocacia, por exemplo. Mas a verdade é que isso não passa de um
mito, pois a arquitetura é muito mais do que o desenho preliminar. Os projetos
nascem de muito estudo e pesquisa, independentemente da habilidade manual de
cada um”.

Embora os softwares estejam
reduzindo a necessidade dos desenhos manuais na arquitetura, sejam eles
técnicos ou apenas esboços, a velocidade e a praticidade de um croqui – mesmo
aquele feito no papel canson, no caderno, na agenda ou no guardanapo – o torna
atemporal e essencial para a arquitetura.

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