jovens entraram na FAU/USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo). Rodrigo
Marcondes Ferraz e Lourenço Gimenes haviam decidido pela profissão desde o
ensino médio, enquanto Fernando Forte decidira há pouco pela área, preterindo
cinema e odontologia. Eles se tornaram grandes amigos desde o primeiro ano. E sequer
imaginavam que isso seria determinante para o futuro de suas carreiras.
No começo do curso
(e da carreira), o trio buscou inspirações nos livros, dentro de uma
biblioteca. Era difícil, no entanto, olhar para exemplos estrangeiros numa
época em que a Internet ainda estava começando a “engatinhar”. Por isso, como
eles mesmos destacam, a biblioteca era virtualmente um local de recreação.
Nomes como Renzo
Piano, Paul Rudolph, Tadao Ando, Alvar Aalto, Eduardo Souto de Moura, Eduardo
de Almeida, Abrahão Sanovicz, Antonio Carlos Barossi e Paulo Mendes da Rocha, entre
tantos outros profissionais, despertavam a curiosidade. E isso moldaria o
futuro dos três aspirantes a arquitetos.
Lourenço Gimenes foi
quem teve um começo de carreira mais distante e agitado. Ainda jovem,
mudou-se para Paris e trabalhou em dois escritórios, sendo que um deles era do
renomado arquiteto Jean Nouvel. No Brasil, atuou – ainda como estudante – no escritório
Índio da Costa A.U.D.T, localizado no Rio de Janeiro, e no BP&S, em
Curitiba. Já Rodrigo Marcondes Ferraz deu seus primeiros passos no Zanettini
Arquitetura.
No 4° ano de
faculdade, mais precisamente no final dos anos 90, começaram a aparecer
diversas oportunidades para os arquitetos trabalharem juntos. E foi exatamente
isso que definiu o futuro dos três, pois em 1999 nasceu o FGMF – Forte,
Gimenes e Marcondes Ferraz.
FGMF
A ideia do FGMF sempre
foi ser um escritório profissional, capaz de fazer projetos de qualquer escala.
O primeiro trabalho foi um café dentro de um shopping center. Foi a chance de os
arquitetos trabalharem também na obra, o que foi extremamente proveitoso, pois
foi um aprendizado prático.
A marca registrada
construída nos primeiros anos de vida do escritório foi exatamente não ter uma identidade.
Eles atribuem essa arquitetura “sem fórmula ou linguagem definida” à
multiplicidade de mentores construída desde o começo da carreira.
Vinte anos depois, o
trio conta com uma equipe de arquitetos que contribui para o sucesso do FGMF,
que acumula diversos prêmios nacionais e internacionais, além de incontáveis
projetos, o que surpreendeu os próprios titulares. Eles acreditam que hoje o
escritório é maior do que eles imaginaram no início.
A proporção tomada
pelo escritório surpreendeu os próprios sócios (foto: divulgação FGMF)
Conselho
Perguntados sobre um
possível conselho que dariam aos jovens do FGMF em 1999, Fernando, Lourenço e
Rodrigo chegaram a um consenso: “Façam obras logo que começarem o escritório
para entenderem como as construções de fato acontecem. É uma segunda faculdade
que dá recursos para projetar melhor”, concluem.