O conteúdo gerado entre os participantes norteará a AsBEA-SP na produção de um guia sobre contratos em BIM (foto: Lucas Barbosa)
Texto: Lucas Barbosa
16/10/2019 | 10:30 – Promovido pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura de São Paulo (AsBEA-SP), o primeiro LABS BIM aconteceu na capital paulista no dia 3 de outubro. O evento contou com a participação de arquitetos, construtores, incorporadores, projetistas e fornecedores do setor da construção civil.
Com o tema Contratos em BIM – Desafios e boas práticas, o LABS BIM teve como objetivo proporcionar um ambiente para debate entre os diversos players do setor. O evento contou com 12 mesas temáticas, entre elas: usos do modelo e escopo de trabalho; fases x níveis de desenvolvimento; gerenciamento e coordenação; colaboração e interoperabilidade no ambiente BIM; e entregáveis.
O resultado da interação entre os participantes será usado para nortear a produção do guia de boas práticas em BIM sobre contratos. A AsBEA conta com outros dois guias sobre o assunto: Estruturação do Escritório de Projeto para a Implantação do BIM e Fluxo de Projetos em BIM: Planejamento e Execução.
Jean Faustino, gerente de engenharia da Recursus, um dos participantes do LABS BIM, apontou a importância do evento, já que ele “traz uma luz sobre o que está acontecendo no mercado”. O profissional também destacou que, por ser uma tecnologia nova, principalmente no Brasil, o BIM ainda gera muitas dúvidas. “Gera dúvidas no que é a ferramenta em si, quais são as tendências. Gera dúvidas em contratos, como eu vou cobrar, o que vou ofertar. Gera dúvida na tecnologia que vai aplicar do software. Então, todo esse conhecimento que está sendo apresentado aqui traz essa luz sobre esses temas. Isso é muito importante”, disse.
BIM no Brasil
Segundo o presidente da AsBEA-SP, o arquiteto Henrique Mélega, o Brasil está atrasado em comparação aos mercados mais modernos quando o assunto é BIM. “A dificuldade de inserção no mercado nacional se deve aos altos impostos e ao fato de a nossa construção ter um padrão construtivo atrasado e artesanal. O investimento também é alto para os escritórios e empresas, e precisa investir na capacitação das pessoas”, explica.
O arquiteto Caio Bacci Marin, diretor institucional e coordenador do GT-BIM na AsBEA-SP, apontou outra causa para essa dificuldade. “A mudança de cultura que o BIM implica é mais profunda e mais radical do que a mudança do desenho à mão para o desenho de CAD, a qual foi uma mudança importante no ponto de vista de produtividade, mas o fluxo de trabalho permaneceu praticamente inalterável”. Segundo o profissional, o BIM muda o fluxo de trabalho, alterando o escopo dos projetistas e os processos antes feitos dentro das construtoras para os escritórios.