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Bychykhin Olexandr/Shutterstock
Texto:
Karina Dantas
A pandemia do novo coronavírus (COVID-19)
se alastrou por mais de 100 países e já ocasionou a morte de milhares de
pessoas. Diante desse cenário, as empresas e os escritórios de arquitetura
adotaram o home office. Mas afinal: como essa situação impacta no dia a dia dos
funcionários e dos empresários?
Adaptação ao home office
Gustavo Tenca, arquiteto e sócio-fundador
do escritório
24 7 Arquitetura, resume o sentimento dele e de toda a equipe nesse
momento de reclusão.
“Estávamos em constante ‘contato
físico’, administrando e acompanhando as obras diariamente. E recebíamos visitas
frequentes de fornecedores, parceiros e clientes. O impacto principal foi,
justamente, perder esse ambiente de convívio pessoal, essa relação de
proximidade física com todos os que trabalham no escritório”.
Já Fabiana Terlizzi, designer de
interiores do escritório
Pietro Terlizzi Arquitetura, diz que a equipe de escritório está fazendo home office,
enquanto a de obras está de férias, pois “está impossibilitada de prosseguir
com o andamento das construções. Adotamos essa medida para segurança dos
colaboradores e de seus familiares”.
Nova rotina de trabalho
A tecnologia assume papel importante
nessa empreitada e ajuda os escritórios a manter o ritmo. “Nossa profissão é
exercida majoritariamente pelo computador. Utilizamos programas de organização,
planejamento, orçamento e administração. E agora não é diferente. Além disso, deixamos
tudo gravado nas ‘nuvens’ e no servidor, que pode ser acessado remotamente”,
conta a arquiteta Carolina Moretti, do 24 7 Arquitetura.
Foto: mirtmirt/Shutterstock
Ela ainda diz que o processo não afetou a produtividade, pois a equipe está bem
alinhada e em contato diário por meio de chamadas de vídeos, e-mails e mensagens
de texto.
Em contraponto, Terlizzi relata que
toda a cadeia da arquitetura e construção ficou comprometida. Embora os
arquitetos se reúnam semanalmente pela Internet – e utilizem a “quarentena”
para serem produtivos –, alguns projetos não foram iniciados, visto que não é
possível realizar as medições.
“Cada equipe tem o comprometimento de usar
a ‘quarentena’ como oportunidade de criar e finalizar projetos complexos. Mas alguns
não podem ser iniciados – e isso compromete a equipe de obras, que não recebe a
remuneração quando os prazos de entrega das etapas não são cumpridos. Os fornecedores
estão com as atividades paralisadas, enquanto outros estão operando apenas por home
office. Seguimos trabalhando com fornecedores parceiros, que fazem de tudo para
que a nossa atividade não estacione”, complementa a profissional.
Otimismo
Apesar de sentir certa insegurança dos clientes – que já estavam com projetos
encaminhados – e considerar a desaceleração no setor da construção civil, Tenca
se mantém otimista em relação à retomada dos projetos após a crise.
“Acredito que tudo voltará ao normal
em breve; as pessoas vão retomar seus planos de construir rapidamente”, relata.
Já para a designer de interiores, o
tempo de isolamento social servirá de reflexão para as pessoas – e possivelmente
uma maior valorização dos serviços.
“Construímos sonhos e trabalhamos com
o ambiente onde as pessoas mais estão vivendo neste momento – as casas. Acreditamos
que a reflexão de cada um tornará o nosso trabalho cada vez mais prazeroso e
necessário para transformar lares e ambientes em lugares que atendam às necessidades
de conforto, design e aconchego” finaliza.