Projetos hospitalares pedem design, funcionalidade e conforto

Conversamos com Zanettini, Angelo Bucci e outros arquitetos que afirmam: projetos hospitalares pedem design, funcionalidade e conforto. Confira quatro hospitais
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Projetos hospitalares pedem design, funcionalidade e conforto

Shutterstock.com/por Spiroview Inc

Texto: Vitória Oliveira

Quando pensamos em hospital, nem
sempre o associamos um lugar agradável. Mas saiba que um bom projeto
arquitetônico
para este tipo de estabelecimento preza pela melhor experiência
de uso para todas as pessoas – médicos, funcionários, pacientes e visitantes.
Tudo isso sem abrir mão de outros aspectos importante para o adequado
funcionamento dos ambientes.

Por isso, falamos com escritórios
especializados na área de saúde que ratificam: projetos hospitalares pedem
design, funcionalidade e conforto.
Fizemos, ainda, uma lista de quatro
hospitais que ilustram a abordagem dos arquitetos.

1. Hospital de Urgência de São Bernardo
do Campo
| SPBR Arquitetos

Fotos: Nelson Kon

Para esse projeto, Angelo Bucci,
titular do SPBR Arquitetos, destaca o olhar humanizado da sua equipe, que pensou
na coletividade e no conforto – em todos os aspectos.

Um exemplo foi a concepção dos
quartos nos andares superiores do hospital, que agrupam quatro leitos cada um. Para
assegurar a melhor distribuição possível nesses locais, o projeto estabeleceu o
banheiro no centro. Assim, ficam dois leitos de cada lado.

“Alegra-me projetar um hospital
público com essa qualidade. Os quartos possuem 3 m de pé-direito, luz natural
abundante e um projeto paisagístico que trará, ainda mais, qualidade ao espaço.
É um projeto que acrescenta valor à ‘coisa’ pública”, sintetiza Bucci.

2. Centro Integrado de Oncologia | Cabe arquitetos

Fotos: Guilherme Marcato

O escritório foi o responsável pela
modernização do
centro hospitalar. A revitalização e a criação de outros
ambientes proporcionaram mais aconchego ao público. Além disso, cada espaço foi
personalizado com belas paisagens para contagiar os pacientes que estão em
tratamento.

“O que mais admiro na arquitetura
hospitalar é que ela é dedicada a salvar vidas e a promover saúde. Penso em
como um edifício deste tipo pode ser parte fundamental de uma estrutura urbana,
ao mesmo tempo em que pode ser uma ferramenta para desenvolver comunidades
saudáveis”, explica o arquiteto Marcos Cardone.

3. Hospital Compacto CIES Baquiá | NN Arquitetos Associados + OYTO Arquitetura

Fotos: Rafael Schimidt

O desafio foi transformar um antigo
almoxarifado em uma nova ala do hospital, em apenas 45 dias. O complexo é de
iniciativa de uma ONG que faz atendimento público de saúde.

“O que tem de interessante nessa
tipologia é a possibilidade de dar qualidades espaciais à experiência de
frequentar os ambientes de saúde – nos quais, muitas vezes, as pessoas que ali
estão se encontram em momentos difíceis e fragilizadas. Para nós, a arquitetura
pode ser uma pequena contribuição para atenuar isso”, conta Baldomero
Navarro
.

4. Hospital Mater Dei Salvador | Zanettini Arquitetura

Foto: Divulgação Zanettini Arquitetura
Trata-se da quarta unidade da rede
Mater Dei de Saúde, com projeto do Zanettini. O conceituado escritório propôs
um edifício arrojado, em forma cilíndrica.

“O que defendo na arquitetura
hospitalar contemporânea é o uso de sistemas construtivos industrializados, a
adoção de soluções que procuram otimizar energia, água, gazes e demais insumos
e o cuidado com as condições ambientais sustentáveis que otimizam o desempenho
do edifício, das instalações e dos equipamentos”, explica o arquiteto Siegbert
Zanettini.

Desafios dos projetos hospitalares

Durante a idealização do projeto,
surgem desafios que cabem ao arquiteto solucioná-los, como fluidez espacial,
acessibilidade, conforto, disposição dos elementos, iluminação natural e áreas de descompressão para
os profissionais da medicina.

“Para nós, o grande desafio é atender
às exigências técnicas e às normatizações muito específicas e rígidas, sem que isso
seja a única qualidade do trabalho”, explica Navarro.

Já Cardone, diz que é necessário ter uma
visão humanitária e grande capacidade de resiliência, pois “mudanças comportamentais
e sociais ocorrem com muita frequência na sociedade, demandando outros espaços
para acolhimento e tratamento de novas comorbidades.”

O prazer em projetar

De acordo com Zanettini, o prazer deste
tipo de projeto está no reconhecimento. “Há dois meses, ao atender um convite
do diretor do Hospital da Rede Dor para visitá-lo, no Hospital São Luiz da
Anália Franco, – projeto meu há 25 anos atrás –, fui recebido por ele e pela
sua equipe, que me elogiaram muito. São momentos importantes de reconhecimento
sobre a excelência do trabalho realizado”.

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