A Comissão Europeia pretende impulsionar as viagens ferroviárias internacionais (Foto: canadastock/Shutterstock)
Texto: Vinícius Veloso
18/01/2022 | 16:08 — Os deslocamentos sobre trilhos são a grande aposta da Comissão Europeia na missão de reduzir em 90% as emissões de carbono no setor de transportes — meta que deve ser atingida até 2050. Em um pacote de iniciativas adotado no último mês de dezembro, o organismo pretende impulsionar as viagens ferroviárias internacionais por meio de ações como o aumento da velocidade dos trens nas principais linhas que atravessam o continente, a simplificação dos processos de compra das passagens e a ampliação das conexões com as vias navegáveis. No conjunto de propostas estão, ainda, orientações para o desenvolvimento da rede TEN-T, composta por ferrovias, estradas e hidrovias que interligam 424 centros urbanos.
Paralelamente, a União Europeia exigirá que todas as cidades que integram a rede TEN-T criem os seus Planos de Mobilidade Urbana Sustentáveis com o objetivo de promover os deslocamentos com emissão zero, além de aprimorar os serviços de transporte público e a infraestrutura voltada aos ciclistas e pedestres. Para Frans Timmermans, vice-presidente executivo do Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal), a transição verde e digital promoverá grandes mudanças na maneira como a população faz as suas viagens.
“As propostas de hoje colocam a mobilidade europeia no caminho de um futuro sustentável, com conexões mais rápidas; passagens mais fáceis de adquirir e com a garantia dos direitos dos passageiros; apoio para que as cidades aprimorem os seus serviços de transporte e infraestrutura; e o melhor uso possível das soluções de condução inteligente e eficiente”, diz.
Esse pacote de iniciativas é o segundo conjunto de ações elaborado pela Comissão Europeia que apoia a adoção de um transporte mais sustentável e limpo. Além do destaque para as ferrovias, também estão previstos o suporte à instalação de pontos de recarga para veículos elétricos, o desenvolvimento de outros modais e a elaboração de infraestrutura para abastecimento alternativo. Além disso, em 2022, a entidade irá elaborar recomendações para que todos os países-membros desenvolvam os seus próprios planos nacionais de mobilidade.