São 16 minicasas, que podem abrigar até 20 moradoras (Foto: Low Income Housing Institute/Reprodução)
Texto: Naíza Ximenes
23/03/2022 | 16:09 — Mulheres voluntárias se reuniram para colocar em prática um projeto ousado: a construção de uma vila de minicasas, voltada para o abrigo de mulheres sem-teto ou em situação de rua. O complexo foi batizado de Whittier Heights Village.
O local conta com 16 minicasas, que, ao todo, podem abrigar até 20 mulheres por vez — mesmo que temporariamente.
A construção, apesar de ter sido concluída em 2018, inspirou o governo de Seattle, que se baseou no projeto para reproduzi-lo em outras áreas da cidade. Desde então, os estadunidenses vêm construindo estruturas de até dez metros quadrados que fornecem moradia, estabilidade e segurança para pessoas sem moradias.
“É uma necessidade da comunidade. Há muitas mulheres sem-teto. Algumas delas se sentem mais confortáveis em um ambiente de um único sexo”, disse Sharon Lee, diretora executiva do Low Income Housing Institute — incorporadora que administra as pequenas vilas da cidade e é especialista em moradias populares.
Para a edificação, a vila contou com doações públicas e privadas. Mulheres gestantes, com filhos, idosas, veteranas ou casais do mesmo sexo são todos acolhidos na Whittier Heights Village.
A iniciativa, além de ser voltada para mulheres, também foi construída por mulheres, predominantemente. As voluntárias organizavam eventos e comemorações, que, além de angariar fundos, também recrutavam carpinteiras, eletricistas, encanadoras e pintoras para participar do projeto.
Estrutura
O principal financiador da proposta foi o Low Income Housing Institute, ou, em português, Instituto de Habitação de Baixa Renda. As estruturas medem cerca de 2,5 x 3,5 metros. Há espaço suficiente para uma cama e algum suporte de armazenamento. No local, conseguem viver de duas a três pessoas.
Cada abrigo custa cerca de US$ 2.500. Eles possuem isolamento térmico, eletricidade e portas seguras com chave. A cozinha completa e o banheiro ficam em áreas comuns, compartilhados entre as moradoras.
Quanto à segurança, a vila também foi equipada com portaria e pré-requisitos para a permissão de entrada dos possíveis hóspedes. Atividades como coleta de lixo e serviço de cozinha também são realizadas pelas moradoras.