O memorial seria o primeiro monumento nacional dedicado ao Holocausto no Reino Unido (Foto: Ron Arad Architects/Divulgação)
12/04/2022 | 16:30 — O projeto de um Memorial do Holocausto no Reino Unido foi interrompido logo após o início da sua construção. Isso porque um grupo de sobreviventes do Holocausto — junto ao ex-Arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, apoiado por grupos comunitários locais — instituiu uma disputa legal para interrompê-lo.
O motivo para a mobilização foi o apelo, realizado pelo próprio Rowan Williams, que argumentava que o projeto estava sendo construído no local errado. O Memorial, projetado pela colaboração entre Adjaye Associates, Ron Arad Architects e Gustafson Porter + Bowman, seria construído dentro do Victoria Tower Gardens, próximo ao Parlamento inglês — uma escolha que gerou um debate que já dura dois anos.
O apelo defende que a homenagem teria um “impacto na paisagem tombada, incluindo o memorial de Buxton, que celebra a abolição da escravatura”. Para o grupo contrário à construção, a proposta viola uma lei de 1900, que proíbe “usar o Victoria Tower Gardens como qualquer coisa que não seja um jardim aberto ao público” — além de prejudicar o significado histórico do local.
Assim, depois de consultar a opinião pública — que optou pelo embargo da obra —, o projeto concebido em 2017 foi paralisado. Em 2019, uma nova proposta foi divulgada aos idealizadores da iniciativa, mas ela só foi aprovada em 2021.
Desta forma, apesar de a conclusão do projeto estar prevista para 2025, a decisão oficial é que a construção seja suspensa.
O memorial, que é o primeiro monumento nacional dedicado ao Holocausto no Reino Unido, homenageia os 6 milhões de judeus que foram vítimas do regime nazista, além de reconhecer a perseguição de ciganos, gays e pessoas com deficiência.