Arcos da Lapa são revitalizados no RJ

O monumento não recebia manutenção há mais de cinco anos
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Arcos da Lapa são revitalizados no RJ

O Aqueduto da Carioca, como era chamado, foi inaugurado em 1750 e era descrito como a maior obra de engenharia no Brasil do século XVIII (Foto: Jessica M Bauer/Shutterstock)

Texto: Naíza Ximenes

11/07/2022 | 16:59 — Os Arcos da Lapa, monumento emblemático da cidade do Rio de Janeiro, foram revitalizados. O antigo aqueduto, que não recebia manutenção há mais de cinco anos, passou por processos como raspagem, limpeza e caiação, com o intuito de recuperar o tom intenso de branco que possuía. 

A iniciativa, da Prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com a Secretaria Municipal de Conservação, custou cerca de R$ 1,3 milhão e levou cinco meses para ser concluída. Sob a supervisão da Gerência de Monumento e Chafarizes, vinculada à Conservação, foram contratados alpinistas industriais que ficaram responsáveis pelos processos de retirada de pichações; remoção do limo gerado pela umidade das chuvas; decapagem com espátulas e escovas de aço; aplicação de massa e caiação (que consiste em um revestimento com cal) nas extremidades do monumento — e tudo a 17 metros do chão. 

A caiação foi o método escolhido para devolver o branco do revestimento, já que alia baixo custo, beleza, durabilidade e sustentabilidade em uma pintura feita à base de cal. Além disso, segundo os especialistas, o material é a escolha ideal para uma pintura que impede a deterioração da estrutura por trás do revestimento, pois a cal permite que o monumento respire. A caiação ainda consiste na mesma técnica utilizada na época da construção do antigo aqueduto, que, por ser tombado, precisa ter suas características originais preservadas.

Para realizar a restauração uniformemente, os alpinistas — que foram essenciais em todo o processo, principalmente nos pontos em que os andaimes não alcançavam — trabalharam sempre em duas faces, simultaneamente, em um processo que aconteceu de cima pra baixo. E eles não se concentraram somente nos Arcos: a área ao redor do edifício, o pavimento da Praça Cardeal Câmara, o trecho da Ladeira de Santa Teresa próximo ao monumento, e o passeio em pedras portuguesas do entorno também foram revitalizados. 

A secretária de Conservação, Anna Laura Secco, comemora a restauração. “Trabalhamos em um bem tombado, que é muito amado pelos cariocas e um dos monumentos mais visitados por turistas do mundo inteiro. Fizemos o serviço com muito carinho, prestando atenção aos mínimos detalhes para que os Arcos recuperassem sua beleza. Preservar nossos monumentos é zelar pela nossa história. Pedimos que a população colabore, nos ajudando a manter os Arcos preservados”, disse.

O Aqueduto da Carioca, como era chamado, foi inaugurado em 1750. Descrito como a maior obra de engenharia no Brasil do século XVIII, a construção, de estilo romano, é feita de pedra e cal. São cerca de 270 metros de comprimento e 18 metros de altura, distribuídos ao longo de 42 arcos plenos. Desde 1896, o antigo aqueduto serve como via para o bondinho de Santa Teresa.

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