Três projetos brasileiros vencem categorias do Building of the Year 2023

Eles venceram nas categorias Casa, Arquitetura Cultural e Arquitetura Industrial. O concurso é promovido pelo ArchDaily
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Três projetos brasileiros vencem categorias do Building of the Year 2023

Foram mais 150 mil votos na seleção dos projetos (Foto: Leonardo Finotti/Reprodução)

Texto: Naíza Ximenes

24/02/2023 | 17:21 — Na última semana, o Prêmio Building of the Year divulgou a lista de vencedores da edição 2023, e ela inclui três projetos brasileiros. Promovido pelo ArchDaily, o concurso possui 15 categorias e seleciona os premiados através de uma votação pública no site. A proposta era homenagear os edifícios que, por sua beleza, inteligência, criatividade ou serviço à comunidade, representam a melhor arquitetura do ano.

Foram mais 150 mil votos ao longo das últimas três semanas. “O reconhecimento da profissão vai além de suas fronteiras habituais e é capaz de motivar, alegrar e emocionar um número cada vez maior de pessoas que entendem a importância de nosso ambiente construído e seu impacto na qualidade de vida das pessoas”, escreveu o ArchDaily Brasil. 

Categoria Casa

O primeiro projeto, já citado aqui na Galeria da Arquitetura, é o do rapper Kdu dos Anjos. Através dos arquitetos voluntários do Coletivo Levante, ele construiu a Casa no Pomar do Cafezal em uma favela de Belo Horizonte (MG), e ganhou o prêmio na categoria Casa. 

A residência fica no Aglomerado da Serra, a maior favela da capital mineira, e ocupa um espaço de 66 metros quadrados. O “barraco do Kdu” disputou o título com mais de 1.600 moradias pelo mundo — sendo que, desse total, 160 estavam no Brasil. 

Apesar de possuir dois andares que abrigam um quarto, dois banheiros, cozinha americana, área de serviço, deck e lajes que viram espaços de convivência, o destaque do projeto são os materiais. Isso porque eles foram os maiores possibilitadores de uma construção moderna e aconchegante, e, ao mesmo tempo, capaz de solucionar os desafios do espaço reduzido e do orçamento apertado.

Para isso, os arquitetos contam que eles optaram por utilizar os mesmos materiais e sistemas construtivos que estão na favela, feitos cotidianamente. Um exemplo disso é a parede de tijolos deitados, que não ganhou reboco.  

Em seu perfil público nas redes sociais, o dono da casa afirmou que o prêmio coloca a favela nos holofotes e “abre diálogos super importantes sobre a atuação do arquiteto nas periferias, que tende a se limitar à pesquisa acadêmica”.

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 (Foto: Leonardo Finotti/Reprodução)

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 (Foto: Leonardo Finotti/Reprodução)

Categoria Arquitetura Cultural

Já na categoria Arquitetura Cultural, o premiado foi o Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai, projetado pelos escritórios JPG.ARQ, MMBB Arquitetos e Ben-Avid. Com o intuito de oferecer uma experiência imersiva e sensorial acerca dos biomas e do patrimônio cultural brasileiro — herança natural que fundamenta todo o discurso sobre sustentabilidade no planeta —, a equipe de arquitetos preencheu quatro mil metros quadrados com instalações que representavam as águas brasileiras, dos rios aos mangues.

Eram dois pavimentos, sendo que, no primeiro, os visitantes acessavam um ambiente todo climatizado e repleto de salas de múltiplos usos, destinadas a palestras, debates, exibições de filmes e espetáculos de menor porte.

No segundo, utilizando de uma estrutura em aço tensionado e tecido branco leve, eles projetaram uma série de vídeos que recriaram uma atmosfera imersiva de imagens, sons, aromas e temperaturas variáveis, sobre uma área de águas rasas e onduladas por onde os visitantes do pavilhão podem andar. 

Durante o dia, a estrutura sombreia e protege as águas, recriando um oásis com uma lâmina rasa de água, inspirada no Rio Negro, afluente da Bacia Amazônica. Ao entardecer, proporciona ao visitante um espetáculo de luzes.

O espaço recebeu cerca de 1,3 milhão de visitantes de todo o mundo.

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 (Foto: Leonardo Finotti/Reprodução)

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 (Foto: Leonardo Finotti/Reprodução)

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 (Foto: Leonardo Finotti/Reprodução)

Categoria Arquitetura Industrial

Por fim, a terceira categoria a destacar um trabalho arquitetônico brasileiro foi Arquitetura Industrial, com o projeto para o armazém da exportadora Carmo Coffees

O edifício fica na cidade de Três Corações — em um ponto estratégico para a logística dos cafés — e se destaca ao longo da rodovia Fernão Dias (BR-381). A obra sobressai na paisagem, tanto pela sua magnitude, quanto pela marcante esfera de vidro que fica no topo de uma das extremidades. 

Assinado por Gustavo Penna, o projeto ganhou toda a estrutura já disponível nos demais escritórios — o que inclui espaço para recebimento de produtores e parceiros, controle de qualidade, torra e prova de café — que preenchem os 11.511 metros quadrados. 

Além de abrigar armazéns, indústria e escritórios, o armazém também tem setores de apoio aos motoristas responsáveis pelo transporte dos grãos de café, tudo para garantir que o processo de recebimento e escoamento dos cafés seja feito da forma mais limpa e segura possível.

“Localizado em uma área estratégica, o espaço exigia um formato marcante. Daí esta forma voltada para dentro, aberta no topo como uma claraboia, uma entrada para a luz do sol durante o dia e, à noite, a expressão da luz interior”, diz a descrição do projeto.

Na parte de armazenamento, o maquinário está preparado para receber os cafés e processá-los separados por lotes maiores e microlotes, com um equipamento completamente novo e moderno. A capacidade de estoque é de cerca de 170 mil sacas.

 Três projetos brasileiros vencem categorias do Building of the Year 2023

 (Foto: Leonardo Finotti/Reprodução)

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 (Foto: Leonardo Finotti/Reprodução)

Para conferir detalhes e outros vencedores, clique aqui. 

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