Painéis iluminados transmitem a passagem do dia e do ano (Foto: Divulgação/Centro Universitário Belas Artes de São Paulo)
Texto: Vinícius Veloso
22/09/2021 | 13:33 — Reimaginar como pode ser a experiência com o transporte público em uma cidade pós-pandemia foi o tema de um concurso internacional promovido pelas universidades de Montreal e Concordia, no Canadá. Com mais de 80 propostas inscritas, o certame premiou cinco trabalhos e um deles foi elaborado por alunas brasileiras do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Com orientação do professor Ricardo Gonçalves, o trio formado por Carolina Cipriano de Oliveira, Juliana Alexandrino Baraldi e Natália Chueiri — estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo — desenvolveu o projeto batizado de “Overtime”.
O trabalho consiste em “uma nova ideia para a população sair do desconforto sensorial, proporcionando um ambiente apreciável pela sociedade, e demonstrando que o ir e vir pode ser como andar pela rua e trazer de volta aquela vontade de usufruir desses meios de transporte”. Para mitigar a sensação negativa de estar no subsolo, o projeto leva as paisagens do exterior para dentro dos terminais com o uso de painéis iluminados que transmitem a passagem do dia e do ano, incluindo as diferentes estações. As imagens seriam captadas por câmeras posicionadas na superfície e enviadas para os visores por meio de uma rede wi-fi.
Segundo o júri, a proposta traz solução relativamente simples para um problema complexo, considerando que a pandemia aumentou o nível de ansiedade de muitos passageiros. “A ilusão de ótica possibilitaria a convivência com o ritmo das estações, oferecendo janelas que nos permitiriam deixar os smartphones de lado por algum tempo”, escrevem os jurados, indicando que os painéis não atrapalhariam a operação do transporte e que a aparente complexidade técnica não é um obstáculo por se tratar de uma tecnologia perfeitamente dominada.
Menção honrosa
No mesmo concurso, outro projeto brasileiro recebeu uma menção honrosa. O trabalho foi elaborado pelo grupo Isabela Lourenção, Ana Beatriz Azevedo, Nicole Bringel, Rebeca Elias, Júlia de Carvalho e Victor Rogato — também alunos do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e com orientação do professor Ricardo Gonçalves. A proposta “Cubic” consiste em um ponto de ônibus modular que se adapta às mais diversas tipologias de calçadas e ruas.