Universidade Federal do Rio de Janeiro retoma discussão sobre concessões de terrenos

O projeto prevê a concessão de áreas para a iniciativa privada pelo período de até 50 anos
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Universidade Federal do Rio de Janeiro retoma discussão sobre concessões de terrenos

Em vez de valores de aluguel, a instituição receberá melhorias em sua infraestrutura (Foto: Diego Grandi/Shutterstock)

Texto: Vinícius Veloso

04/05/2021 | 15:40 — A Universidade Federal do Rio de Janeiro retomou as discussões sobre o projeto “Viva UFRJ”, que prevê a concessão de terrenos para o setor privado pelo período de até 50 anos. A proposta, que foi pausada durante a pandemia, tem o potencial de gerar investimentos que somam R$ 750 milhões. Esses valores não seriam recebidos em forma de dinheiro, mas sim através da execução de reformas ou conclusão de construções inacabadas.

A reitora Denise Pires de Carvalho destaca que o grande diferencial da proposta é justamente a maneira como as contrapartidas serão recebidas. Em vez de valores de aluguel, como acontece no edifício Ventura, a instituição receberá melhorias em sua infraestrutura, ou seja, com novos refeitórios, alojamentos, bibliotecas e laboratórios. A iniciativa privada também será responsável pela manutenção dos espaços no período da concessão.

O Inventário Anual de Bens Imóveis da UFRJ de 2019 indica que a universidade possui 91 propriedades. Nessa lista estão empreendimentos invadidos e sem uso, por exemplo, um loteamento na cidade de Itaguaí e outro terreno no Arraial do Cabo. Porém, nem todos devem fazer parte do projeto, pois o “Viva UFRJ” tem foco em três localidades: metade do espaço ocupado pelo campus Praia Vermelha; o edifício na Praça da República, atualmente administrado pelo Iphan; e algumas áreas na Ilha do Fundão.

Andamento do projeto

Em fevereiro, a reitoria recebeu estudos elaborados por consultoria contratada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e já em abril o projeto foi levado ao conselho de curadores. O próximo passo é a apreciação dos colegiados superiores. Na opinião de economistas, a proposta seria uma reação ao “desfinanciamento” do Governo Federal, além de alternativa para diminuir o risco de o patrimônio acabar sucateado. Por outro lado, arquitetos acreditam que a medida pode resultar na verticalização dos terrenos concedidos.

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