O empreendimento conta com auditório, restaurante, laboratórios, estação para drones e mais (Foto: Reprodução/Instagram)
Texto: Vinícius Veloso
29/07/2021 | 17:00 — O projeto brasileiro “The Blossom Building”, arranha-céu pensado para a região amazônica, conquistou o primeiro lugar em três categorias do concurso internacional SKYHIVE 2021 Skyscraper Challenge, organizado pela plataforma letã Bee Breeders. Desenvolvido por quatro alunos da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o trabalho baseia-se nas ideias de preservação, reflorestamento, desenvolvimento econômico e fiscalização. “O conceito é ousado e ambicioso, proposto com clareza e visão, de abordagem inovadora e sensível. A representação gráfica do projeto incorporou sua estratégia mantendo a integridade do design”, destacaram os jurados no texto em que justificaram a escolha.
Composto pelos estudantes Letícia Armond, Adriane Pacheco, Mauro Franco e Sara Vasconcellos, o grupo receberá € 4 mil. “Esta competição foi nossa primeira experiência trabalhando juntos. Os membros da equipe estiveram envolvidos com a arquitetura vernacular e as comunidades nativas, modelagem 3D, realidade virtual, habitação social e materiais/técnicas sustentáveis durante a trajetória acadêmica e profissional. Juntamos as experiências para desenvolver o projeto inscrito no certame”, dizem os alunos, revelando que foi a estreia de três deles (Sara, Adriane e Letícia) em concursos internacionais.
O projeto
A edificação foi projetada para ser executada em uma área de 10,4 mil m2, localizada nas margens do Rio Tocantins, no município de Baião, Pará. O empreendimento conta com auditório, restaurante, laboratórios, espaços de convivência, observatório, habitações e uma estação para drones. Os autores também propuseram a restauração do terreno por meio de agroflorestas e sugeriram a projeção de canteiros para cultivo de soja hidropônica em larga escala nos andares do prédio, para impulsionar o desenvolvimento econômico regional.
De acordo com Letícia Armond, em entrevista concedida ao portal BHAZ, um dos grandes obstáculos foi a distância geográfica. “O concurso pedia algo inovador e ‘fora da caixa’. Queríamos fazer algo de relevância nacional, então logo pensamos na Amazônia. O que foi um desafio, porque não tínhamos proximidade com essa realidade. Uma das integrantes do grupo já morou no Tocantins, mas ninguém esteve na Amazônia, de fato”, afirmou a estudante, lembrando que o projeto é simplesmente uma ideia. “Nosso trabalho veio muito de um âmbito de discussão, então é bem utópico. Queríamos chamar a atenção para a necessidade de conservação da floresta amazônica e projetamos uma solução”, complementa.