No canto inferior esquerdo, está o
cãozinho Bolota – integrante do Apartamento
JY, assinado e habitado por Júlia Guadix, do Liv’n Arquitetura (Foto:
Guilherme Pucci)
Texto: Giullia Souza
De acordo
com o Censo pet (ano-base 2019) do Instituto Pet Brasil, existem cerca
de 139,3
milhões de animais de estimação no país (55,1 milhões de cães e 24,7 milhões de
gatos) – mais do que a metade dos 213 milhões de habitantes brasileiros contabilizados
pelo IBGE.
Ser “tutor”
de um bichinho requer responsabilidade, dedicação e cuidados especiais. Portanto,
o bem-estar de felinos e caninos, muitas vezes, depende de mudanças na dinâmica
do lar, mesmo em apartamentos (que nem sempre permitem transformações).
Com
objetivo de ajudá-lo a melhorar os espaços da sua morada, preparamos 5 dicas
para adaptar apartamentos aos pets de quatro patas.
1 – Reserve
um cantinho de paz
Os pets
precisam de lugares para descansar e se manter longe de atenção. De acordo com
Júlia Guadix – arquiteta titular do Liv’n
Arquitetura e “tutora” do cãozinho Bolota –, o local escolhido para o
animal, de preferência, deve ser distante de movimentos ou barulhos.
2 – Higiene
e alimentação
Na “Cartilha de
boa criação”, produzida pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), o
tópico 3.4 orienta: “Cuide da higiene do seu cão e do espaço destinado a
ele”. Dentro disso, é importante colocar o sanitário do animal longe da
cama, água ou comida. Os potes de ração e água, por sua vez, podem ficar na
cozinha, copa ou área de serviço.
3 – De
olho na segurança
Perguntamos à
arquiteta o que pode ser feito em relação à segurança, considerando que apartamentos
em andares elevados podem ser perigosos ao pet.
A rede de
proteção é fundamental em imóveis que abrigam um amigo de quatro patas,
inclusive em janelas altas, como as de banheiro. Aliás, as varandas com vãos no
guarda-corpo – e as janelas baixas – também podem apresentar riscos.
4 – Atente-se
para a escolha de materiais
Nos primeiros
meses de vida, os filhotes costumam morder tudo o que veem pela frente. Por isso,
a profissional recomenda móveis em MDF, já que são mais resistentes. Acabamentos
acetinados, como porcelanato e piso vinílico, também são boas opções.
“É muito importante
evitar pisos polidos, lisos e escorregadios, pois podem trazer problemas nas
articulações dos bichinhos. Para a área externa, são recomendados pisos
antiderrapantes, tais como pedra, piso ABS, grama natural e grama sintética – desde
que a drenagem seja bem instalada”.
5 – Otimizando
a limpeza
Mais do que arquitetura
e interiores, Julia entende as necessidades de quem abriga um pet. Ela
indica que as patinhas sejam limpas após cada passeio para que a cama e/ou o sofá
não fiquem sujos. Por isso, indica móveis feitos com tecidos que não desfiam,
como veludos (e suede) ou couro. Fazer a lavagem e impermeabilização do sofá (ou
da poltrona) de 1 a 2 vezes ao ano também são práticas recomendadas.
Guadix afirma,
ainda, que os tecidos sintéticos (em geral) são resistentes e muito bons. Já no
caso de cama, ela considera relevante o uso de capa impermeável para o colchão.
No caso de
tapetes, o suede aparece – novamente – entre os tecidos mais indicados, ao lado
do polipropileno, da sarja e da lona, excelentes por
conta da higienização prática e da durabilidade.
Para a manutenção diária, não há segredo: o mais indicado é
utilizar aspirador de pó e enviá-lo para lavanderia uma vez ao ano (ou sempre
que o item estiver muito sujo).
Fonte de pesquisa: Instituto Pet
Brasil, IBGE e Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC)