O projeto arquitetônico manterá algumas paredes sem reboco para lembrar o incêndio (Imagem: Divulgação/Museu Nacional/UFRJ)
Texto: Vinícius Veloso
25/02/2021 | 17:00 — Consumido por um incêndio em setembro de 2018, o Museu Nacional deu mais um passo rumo a reconstrução. No último sábado (20), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) anunciou que o projeto de arquitetura e restauro será elaborado pelos escritórios H+F Arquitetos e Atelier de Arquitetura e Desenho Urbano. O consócio formado por ambos venceu a licitação elaborada pelo Projeto Museu Nacional Vive.
Comandado pelas sócias Fabiana Araújo e Marina Correia, o Atelier de Arquitetura fica no Rio de Janeiro. Já o H+F Arquitetos, comandado por Eduardo Ferroni e Pablo Hereñú, é de São Paulo e está envolvido também nas obras do Museu do Ipiranga. Além dos vencedores, a licitação para o restauro do Museu Nacional reuniu outros escritórios renomados, como o MMBB, o Gustavo Penna e o SIAA.
“Nossa proposta busca o restauro não apenas do Paço de São Cristóvão, mas também do conjunto de espaços livres que o circundam, ampliando a integração do museu com a Quinta da Boa Vista e organizando um conjunto mais articulado e inclusivo”, afirma Hereñú. Nesta etapa, o investimento do Projeto Museu Nacional Vive será de cerca de R$ 2,7 milhões e o prazo de execução das atividades será de 18 meses.
O projeto
O projeto arquitetônico estará em conformidade com rigorosos padrões internacionais de segurança e acessibilidade. Além disso, certos traços do incêndio não serão recuperados. Algumas das paredes sem reboco serão preservadas para lembrar o trauma do fogo. Já na parte externa, a fachada será mantida como está, porém, os espaços laterais, conhecidos como Jardins das Princesas, serão restaurados. Eram nesses espaços que brincavam Leopoldina e Isabel, filhas de D. Pedro II, quando o local ainda era a residência oficial da família real do Brasil.