(Crédito: Rodrigo Chust)
Redação Galeria da Arquitetura
Você já
ouviu falar em arquitetura paramétrica?
Ainda pouco difundida, trata-se de uma nova forma de projetar e construir. Sai de cena o desenho no
papel (plantas, seções e elevações) e entra a computação gráfica, com softwares
que ajudam o arquiteto a combinar estética à eficiência ambiental. Baseados nesses critérios, os programas geram
diferentes desenhos para melhor visualização e escolha do projeto final.
Para
explicar sobre esse tema, conversamos com Franklin Lee e Anne Save de
Beaurecueil, arquitetos do escritório SUBdV.
Eles realizam diversas pesquisas em relação à arquitetura paramétrica. Além
disso, são professores da Architectural
Association (AA), universidade localizada em Londres, Inglaterra.
Concepção do projeto
Segundo Franklin,
“as pessoas que desconhecem a arquitetura paramétrica pensam em renderização do
projeto, mas não é isso”. Na verdade, vai muito além. Os projetistas utilizam softwares específicos (GenerativeComponents, Rhinoceros, Grasshopper etc.) para determinar certos “parâmetros” ao desenho –
como iluminação,
texturas, custo e quantidade de materiais – e atribui valores variáveis a eles.
A partir disso, os programas fazem a leitura dos dados e os transformam numa
forma geométrica.
(Crédito: Rodrigo Chust)
Qualquer
alteração nos elementos do desenho paramétrico reflete, automaticamente, nos
demais componentes do projeto. Isso abre um leque de opções ao profissional,
que pode explorar novas formas sem a necessidade de criar manualmente um modelo
para cada situação.
Os softwares de desenho paramétrico também
podem ser interligados a programas de análise
ambiental que avaliam acústica, insolação, ventilação natural, entre outras
questões. Ou seja, além de uma estética diferenciada, é possível conceber um
projeto extremamente eficiente e, consequentemente, sustentável.
Para a
concepção da Fábrica
Coblogó, Franklin e Anne Save adotaram a arquitetura paramétrica. Nesse
projeto, a fachada do edifício contempla vários blocos de concreto dispostos em ângulos diferentes. A posição de cada
um deles foi determinada com o objetivo de oferecer melhor iluminação e
sombreamento aos ambientes internos. “Desenvolvemos várias opções de geometria
junto à simulação ambiental. Além disso, fizemos maquetes e protótipos para que
pudéssemos testar a estrutura, bem como demonstrá-la ao cliente”, contam.
Construção
A
execução de um projeto baseado na arquitetura paramétrica depende do desenho
que foi gerado.
(Crédito: Rodrigo Chust)
No caso
da Fábrica Coblogó, como cada parte da fachada era diferente, todas as guias
foram respectivamente numeradas. Assim, elas auxiliaram os pedreiros e o mestre
de obras, servindo como gabarito das fiadas dos blocos desalinhados. “Bastou encostar
o material na guia e colocar a massa e os pregões para formar a parede”, explica
Anne Save.
Confira outros
projetos concebidos pela arquitetura paramétrica:
Metropol Parasol, por J. Mayer H.
Architects
(Crédito: Delpixel/ Shutterstock)
Turning Torso, por Santiago Calatrava
(Créditos: Antony McAulay, Ton
Kung e Tupungato/Shutterstock}