O projeto pretende incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte (Foto: MandriaPix/Shutterstock)
Texto: Vinícius Veloso
21/01/2022 | 14:08 — Os moradores de Milão e turistas que visitam a metrópole italiana em breve poderão chegar a qualquer ponto da cidade pedalando. Isso porque o governo local aprovou um projeto que prevê a implantação de um imenso circuito de ciclovias que cobrirá todo o centro urbano até 2035. Além de incentivar o aproveitamento da bicicleta como meio de transporte, a iniciativa visa promover a preservação do meio ambiente, a segurança e o bem-estar da população. A intenção do poder público é criar 750 km de vias que serão interligadas à infraestrutura já existente. No total, a intervenção deve receber investimentos que somam € 250 milhões.
De acordo com Beatrice Uguccioni, secretária de mobilidade urbana de Milão, o projeto é único em toda a Itália. “É o primeiro a ser acompanhado por um plano estratégico. Nosso desejo é implantar uma rede de ciclovias por toda a região metropolitana, conectando-a com Milão e repetindo o que já fizemos com o sistema de fibra ótica”, comenta. As primeiras ciclovias do projeto devem ser entregues em meados de 2022, durante o verão europeu.
Mais do que apenas criar espaços seguros para o tráfego das bicicletas, a iniciativa pretende também construir diversos equipamentos de apoio aos ciclistas. Por exemplo, devem ser criados estacionamentos e estações ao longo dos corredores. Haverá, ainda, a instalação de um sistema inteligente de iluminação que reage conforme dados recebidos em tempo real. Além disso, quando todo o circuito estiver pronto, em torno de 80% dos serviços públicos, como escolas e hospitais, estarão a menos de 1 km de distância de uma das ciclovias.
Mudança importante
A importância do projeto aprovado pelo governo vai além das melhorias que devem acontecer na mobilidade urbana. A região no entorno de Milão tem um dos piores índices de poluição de toda a Europa, situação motivada pela elevada atividade industrial e a dependência generalizada de automóveis. O cenário torna-se ainda mais crítico no inverno, quando as inversões térmicas prendem os poluentes na camada mais baixa da atmosfera. Com isso, é comum um manto tóxico de gases cobrir a cidade durante os dias mais frios do ano.