Entenda por que Alejandro Aravena é o arquiteto do ano

O que os arquitetos Shigeru Ban, Frei Otto e Alejandro Aravena têm em comum? Se você é interessado n
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O que os arquitetos Shigeru Ban, Frei Otto e Alejandro Aravena têm em comum? Se você é interessado no
universo arquitetônico, provavelmente responderá que são os últimos 3
ganhadores do Prêmio Pritzker. No entanto, essas vitórias não representam
apenas um prêmio, mas uma mudança de conceito e critério na arquitetura
contemporânea
.

Shigeru Ban, vencedor de 2014, ficou amplamente
reconhecido quando propôs a construção de casas de papelão extremamente
resistentes em locais devastados por catástrofes naturais. Seguindo essa mesma
linha, foi o idealizador de uma Capela de Papelão construída na Nova Zelândia após o prédio
original ser completamente danificado por um terremoto. É defensor de
construções baratas e ecológicas para pessoas de baixa renda.

Frei Otto, laureado póstumo em 2015, norteou suas obras sempre pela
preocupação ambiental. Suas estruturas tensionadas sempre estavam inseridas na
ordem ambiental ao redor, gerando menor impacto visual e ecológico.

Alejandro Aravena é considerado um dos arquitetos com maior
responsabilidade social de sua geração. Sua premiação não era evidente, mas
posto que as escolhas dos últimos Pritzker guiou-se por conceitos ambientais e
sociais, sua vitória não foi exatamente uma surpresa.

Aos 48 anos, sua carreira segue uma linha peculiar e destoa de arquitetos
que planejam obras suntuosas. Suas obras primas são, na maioria das vezes, casas
construídas para pessoas de baixa renda
e que estão inseridas dentro do
conceito urbano.

Em 2004, construiu o conjunto habitacional Quinta
Monroy em Iquique, no Chile. Diferente da nossa concepção de conjunto
habitacional
, os projetados por Avarena possuem dois diferenciais
importantíssimos. O primeiro: são construídos nos centros urbanos, perto de
empresas, escolas, universidades, hospitais; e evitando a superlotação dos
transportes públicos. O segundo: as casas são entregues cruas e “inacabadas”,
assim cada morador a termina e a customiza da maneira que for necessário para
sua família.

Quinta Monroy

Foto:
Divulgação

O Monroy foi só o primeiro de uma série de projetos e casas sociais
para pessoas de baixa renda
. Após isso, residenciais projetadas com a mesma
premissa foram construídas em Montrrey, no México. No total 2.500 unidades de
habitação social foram construídas e vendidas.

Montrrey

Foto:
Divulgação

Vale lembrar que a carreira de Alejandro também é composta por projetos
menos modestos, mas de igual importância, como a Residência da Universidade
St. Edward
em Austin (EUA) e o Prédio de Computação da Universidade
Católica do Chile.

No entanto, quando foi anunciado como vencedor, Tom Pritzker, presidente
do comitê organizador, destacou que o chileno ‘oferece oportunidades aos menos
privilegiados, mitiga os efeitos dos desastres naturais, reduz o consumo de energia
e cria espaços públicos convidativos’. Desta forma, resgata o que deveria ser o
princípio básico da profissão:
 “Aravena
mostra como a arquitetura pode melhorar a vida das pessoas”.

Pontifícia Universidad
Católica de Chile

Crédito:
Elemental

St.
Edward’s University

Crédito:
Elemental

Para conferir mais projetos de Alejandro, clique aqui.

 Acostumados com a herança que a arquitetura desconstrutivista deixou, muitas vezes associamos grandes
arquitetos com projetos que apresentam a mesma imensidão ou vice-versa, mas que
possuem pouca utilidade interna, destoam do resto do ambiente e custam rios de
dinheiro – como a
Fundação Louis Vuitton, projetada por Frank Gehry, e o estádio que
seria construído no Japão, idealizado por
Zaha Hadid. O Pritzker 2016 reforça que a grandeza da obra de um arquiteto está na
verdadeira importância que suas construções terão para com a sociedade.
 

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