Escaneamento 3D descobre sistema hidráulico inca oculto em Machu Picchu

A descoberta também constatou que o complexo tinha cunho exclusivamente ritualístico: ele se alimenta das águas do rio Urubamba, chamado de Willkamayu — e considerado sagrado pelos incas.
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Localizada no alto dos Andes peruanos, a cidade de Machu Picchu é um dos complexos arqueológicos mais famosos do mundo (Foto: Sabah File Photo/Reprodução)

Texto: Naíza Ximenes

21/03/2022 | 14:16 — Um estudo feito por uma equipe de cientistas poloneses revelou um sistema hidráulico inca oculto na cidade de Machu Picchu (Peru), considerada um dos complexos arqueológicos mais famosos do mundo e uma das 7 maravilhas do mundo moderno.

A revelação foi feita por um scanner 3D, e o estudo foi publicado em janeiro de 2022 na revista Journal of Archaeological Science. 

A “Análise do fluxo do canal d’água inca baseado em modelos de escaneamento 3D laser terrestre por UV no sítio arqueológico de Chachabamba (Parque Nacional Arqueológico de Macchu Picchu, Peru)” é uma descoberta dos cientistas Dominika Sieczkowska, Bartlomiej Ćmielewski, Krzysztof Wolski, Dąbek Paweł, José M. Bastante e Izabela Wilczyńska.

O scanner revelou que a cidade inca esconde um complexo aquático completamente fabricado em pedra, e localizado a menos de oito quilômetros de Chachabamba — uma cidadela também inca.

O sistema é formado por esculturas de pedra, que consistem em um altar principal, acompanhado de 14 banheiras ao seu redor — utilizadas, segundo as pesquisas, de forma cerimonial, para purificações.

A descoberta também constatou que o complexo tinha cunho exclusivamente ritualístico: ele se alimenta das águas do rio Urubamba, chamado de Willkamayu — e considerado sagrado pelos incas.


Esquematização divulgada pela pesquisadora Dominika Sieczkowska (Foto: Dominika Sieczkowska)

“Somente pessoas muito privilegiadas podiam chegar a Machu Picchu, porque era um lugar muito especial”, explica Dominika Sieczkowska, a sub-diretora da organização de desenvolvimento do Centro de Estudos Andinos da Universidade de Varsóvia, que dirigiu a pesquisa. “Se você fosse até lá, tinha que parar em Chachabamba para tomar um banho espiritual para se limpar e se purificar antes de chegar em Machu Picchu”, acrescentou.

A investigação requisitou uma série de tecnologias de ponta, aplicadas pela primeira vez na região. Isso porque o local possui uma grande complexidade de acesso, e a região é altamente coberta por vegetação, o que dificultou a exploração local.

O escaneamento foi utilizado para produzir, majoritariamente, cálculos hidrodinâmicos dos restos arqueológicos. O sistema utilizado foi o LiDAR, que emite pulsos de laser, que, por sua vez, fornecem a imagem das superfícies.

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