Favela no interior de SP será totalmente abastecida por energia solar

A Favela Marte, em São José do Rio Preto, será a primeira da América Latina a complementar a fonte de energia atual com a utilização de placas fotovoltaicas
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A iniciativa é da ONG Gerando Falcões, que conta com o investimento da iniciativa pública e privada (Foto: SNEHIT PHOTO/Shutterstock)

Texto: Naíza Ximenes

28/03/2022 | 16:27 — A Favela Marte, também conhecida como Vila Itália, será a primeira comunidade em toda a América Latina a ser completamente abastecida por energia solar. Localizada em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, a favela ganhará mais de mil placas solares nas residências e áreas comuns da comunidade até junho de 2023. 

A iniciativa é da ONG Gerando Falcões, que conta com investimentos da iniciativa pública e privada. O banco BV e a fintech Meu Financiamento Solar são dois dos patrocinadores, que financiarão não só a instalação inicial de placas solares nas 240 casas da comunidade, como a aplicação de diversas ações relacionadas à educação e profissionalização da população acerca do tema. 

Para contemplar a meta de instalações de estruturas fotovoltaicas, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) construirá uma série de casas populares, já condicionadas para receber os painéis. Os cálculos apontam para uma economia entre R$ 4 e R$ 6 mil por ano para cada família, somente com gastos de luz. Os moradores arcarão, apenas, com a taxa mínima cobrada pela distribuidora de energia.

“Uma iniciativa como esta, que vai proporcionar economia na conta de luz para as famílias que vivem na favela, é extremamente importante, em meio a tantas outras iniciativas que estão sendo realizadas para acabar com a pobreza”, diz Nina Rentel, Diretora de Tecnologias Sociais da Gerando Falcões.

O projeto inclui uma série de iniciativas relacionadas à urbanização da Favela Marte, que, até o momento, necessitam de investimento estimado de R$ 52 milhões. A ONG Gerando Falcões já arrecadou cerca de R$ 15 milhões, através de parceiros da iniciativa privada. A prefeitura de Rio Preto investirá outros R$ 15 milhões, e o governo do Estado de São Paulo irá dispor de R$ 28 milhões. 

“Esta é uma obra coletiva, feita por muitas mãos, um time em que todos jogam juntos. Estamos construindo isso com muito boa vontade, recursos bem distribuídos, em um projeto que não é simples e será modelo para o Brasil”, afirmou o prefeito Edinho Araújo, no final de 2021.

O projeto também levará acesso à saúde, direito à educação, cidadania, autonomia da mulher, geração de renda, introdução à cultura, ao esporte e ao lazer para toda a população. À gestão municipal caberá regularizar a área e realizar obras de infraestrutura, como redes de água, esgoto e energia e pavimentação de ruas.

A comunidade, que surgiu em 2014, já enfrentou até ações judiciais acerca da região que ocupa. Para solucionar esse conflito, o prefeito Edinho Araújo decretou, na última semana, que o terreno, apesar de particular, é de utilidade pública — o primeiro passo para a compra e posterior regularização do local. Assim, o local servirá de modelo para uma grande iniciativa, que promete gerar renda e desenvolvimento social aos moradores.

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