Filme sobre obra de Niemeyer no Líbano participa da Bienal de Arte de SP

Filme de Alia Farid sobre a Feira Internacional Rashid Karami, parque desenhado por Oscar Niemeyer em Trípoli, no Líbano, participa da 32ª Bienal de Arte de SP
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                                                                            Crédito: divulgação / Rachid Karami
International Fair – http://www.lebanon-fair.com

Redação Galeria da Arquitetura

Uma das maiores obras internacionais de Oscar Niemeyer é o
tema de um filme que será apresentado durante a 32ª Bienal Internacional de
Arte de São Paulo, evento que acontece entre 10 de setembro e 11 de dezembro na
capital paulista. O vídeo trata da Feira
Internacional Rashid Karami
, misto de parque e centro de exposições erguido
em uma área de quase 100 hectares em Trípoli, no norte do Líbano.

Desenhado em 1962, o projeto foi parcialmente construído no
centro da malha urbana da cidade, mas teve de ser interrompido por conta da
guerra civil que eclodiu no país, em 1975. Com áreas verdes, museus, pavilhões
e uma marquise de 750 metros de comprimento (que nunca foi executada), o complexo
recebeu, na ocasião de seu lançamento, o nome de Feira Internacional do Líbano.

As semelhanças do projeto com outra obra de Niemeyer – o
parque do Ibirapuera, em São Paulo – são o mote do filme, que circula entre
ficção e documentário, e tem autoria da artista multimídia Alia Farid. Com dupla nacionalidade kuaitiana
e porto-riquenha, ela mostra como obras que seguem uma mesma linguagem podem
receber diferentes apropriações por parte da população local em função das distintas
realidades das cidades onde estão implantadas.

Enquanto o parque paulistano integra-se à malha urbana de
modo quase orgânico, afinal faz parte do processo ocorrido nos anos 1950 de
expansão da urbanização e da própria cultura de São Paulo, o complexo libanês é
visto como uma ferida dentro do contexto histórico, social e viário de Trípoli.
Durante a Guerra Civil Libanesa (1975-1990), inclusive, chegou a ser usado como
depósito de armas e abrigo militar, mas, desde então, acabou por ser apropriado
pelos moradores do entorno como área de lazer e esportes.

Suas edificações, no entanto, são subutilizadas e vistos
como uma cidade-fantasma dentro do conjunto arquitetônico milenar da cidade
libanesa. O filme de Farid apresenta esse simbolismo, mas também aborda a
parcial ocupação do local, seja pelo olhar dos habitantes da região, seja pelos
depoimentos dos funcionários que trabalham para a organização privada, ligada
ao Ministério de Economia e Comércio, responsável pela manutenção do local,
hoje conhecido como “Maarad”.

Com curadoria do alemão Jochen Volz, a 32ª Bienal Internacional de São Paulo
reunirá obras de mais de 90 artistas e coletivos – 54 deles já anunciados – e
tem como tema a “Incerteza Viva”. A proposta desta edição é tratar da
relação entre artes plásticas e política, e inclui, em sua programação, exposição
de obras com assuntos tão diversos quanto meio ambiente, questões fundiárias,
educação, trabalho e conflitos sociais.

Serviço

32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva
Curador: Jochen Volz
Cocuradores: Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars Bang Larsen e Sofía Olascoaga
Data: 10 de setembro a 11 de dezembro de 2016
Local: Pavilhão Ciccillo Matarazzo – Parque Ibirapuera
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Ibirapuera – São Paulo

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