Prêmio da União Europeia de Arquitetura Contemporânea 2022 anuncia vencedores

Os projetos Town House, do escritório Grafton Architects, e La Borda, do Lacol, foram os escolhidos
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Town House venceu na categoria Arquitetura (Foto: Kingston
University Town House/Grafton Architects)

Texto: Naíza Ximenes

26/04/2022 | 15:19 — A Comissão Europeia e a Fundação Mies van der Rohe anunciaram os nomes dos projetos vencedores do Prêmio da União Europeia de Arquitetura Contemporânea 2022 — Prêmio Mies van der Rohe. 

Na categoria Arquitetura, o projeto vencedor foi a Town House, do escritório irlandês Grafton Architects. Na categoria Arquitetura Emergente, por sua vez, o projeto vencedor foi a cooperativa habitacional La Borda, do escritório de arquitetura espanhol Lacol. 

A Town House é uma biblioteca universitária, mas também funciona como espaço para eventos e aglomerado de estúdios de dança, ou de salas de música. A justificativa do comitê da premiação para elegê-la vencedora foi a “extraordinária qualidade ambiental que cria um excelente espaço para estudar, dançar e se reunir”.

Com 9.100 metros quadrados, o ambiente é marcado por uma fachada de colunatas, em níveis variados, que propõem uma atmosfera aconchegante a um edifício público, segundo a proposta dos projetistas. O intuito é propor, de forma harmoniosa, a integração entre camadas de silêncio e camadas de som, sem que elas interfiram umas nas outras. 

O complexo fica na cidade de Kingston, próxima a Londres, e é marcado pelas fachadas abertas e transparentes nos níveis inferiores, em contraposição às fachadas mais sólidas nos níveis superiores, onde é necessário sombreamento. A Town House também ganhou o título de primeiro edifício universitário a ganhar o prêmio de arquitetura. 


O projeto La Borda venceu na categoria Arquitetura Emergente (Foto: Lacol/Divulgação)

A cooperativa habitacional La Borda, por sua vez, ganhou o prêmio devido ao seu “sistema de copropriedade e cogestão de recursos”, de acordo com o mesmo comitê. 

O projeto consiste em uma “habitação não-especulativa cujo valor se concentra no uso e na estrutura coletiva”. Em outras palavras, o conglomerado de moradias foi projetado para estimular as interações entre os habitantes por meio dos espaços comunitários, ao mesmo tempo em que evidencia os ambientes privados do dia a dia.

A cooperativa, proprietária do prédio, foi construída em um terreno de propriedade pública, e cede o direito de uso da casa aos seus associados, agrupados em unidades de convivência. Por meio desse modelo de propriedade alternativo à propriedade privada, o valor do prédio é colocado exclusivamente no uso da casa e não no valor de troca no mercado, evitando assim usos especulativos.

A infraestrutura é marcada por um pátio central, cercado de unidades habitacionais homogêneas de 16 metros quadrados, construídas com o mínimo de impacto ambiental possível. Segundo os idealizadores, o projeto tinha como intuito, também, eliminar a possibilidade de pobreza energética entre seus usuários. Para isso, os projetistas renunciaram ao estacionamento subterrâneo e aderiram à coletivização dos serviços.

A lista de nomeados apresentava 532 projetos de 41 países, concluídos entre outubro de 2018 e abril de 2021, que “destacam as oportunidades e as tendências da arquitetura atual no território europeu”. Eles possuíam foco em inclusão social, sustentabilidade, circularidade e estética. No início deste ano, a lista foi reduzida a sete finalistas, sendo cinco projetos na categoria Arquitetura e dois na categoria Arquitetura Emergente.

A cerimônia de premiação acontecerá no dia 12 de maio no Pavilhão de Mies van der Rohe, em Barcelona. No ambiente, também haverá uma exposição de modelos, textos, vídeos, croquis e desenhos de 40 obras selecionadas.
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