
(Crédito: MCA Estúdio - Denilson Machado
e Juliano Colodeti, Projeto Manufact)
Redação Galeria da Arquitetura
Nada mais
desafiador do que conceber um projeto
para varejo. Ele deve atender aos interesses arquitetônicos da loja e causar
boa percepção – além de conforto – a quem visita o local. Por isso, cabe ao
arquiteto conciliar essas duas vertentes. Para abordar o assunto, conversamos
com alguns arquitetos que já desenvolveram esse tipo de projeto.
A importância do briefing
Rosely Kawahara
e Julio Takano – titulares do escritório KT
Retailing e membros da ABIESV (Associação Brasileira de Indústria de
Equipamentos e Serviços para o Varejo) – ressaltam que para realizar um bom projeto varejista, o arquiteto deve
“mergulhar” definitivamente no negócio do cliente. Para isso, é fundamental que
as áreas de marketing, compras e operações da loja estejam alinhadas com o
posicionamento da própria marca.
“Com um briefing claro e abrangente – no qual seja possível entender o mix de produtos, a forma de atendimento,
o público-alvo e a concorrência –, é possível criar um ponto de vendas
capacitado e surpreendente”, detalham os arquitetos.
Jovita Torrano,
arquiteta do Espaçonovo, contextualiza
dizendo que o varejo vive a realidade dos consumidores multicanal, uma vez que
a venda não ocorre somente na loja física. “A atmosfera e as sensações suscitadas
pela arquitetura são de vital importância para o negócio, pois garantem uma
experiência de compra diferenciada. Se elas traduzirem os valores da marca, certamente
vão fidelizar o público”.
Arquitetura = marca
Os aspectos
definidos no briefing definem as
características da loja, como o layout,
a forma de interação do cliente com os produtos e a maneira como eles serão expostos.
No projeto da primeira loja física da
Beleza na Web (e-commerce de cosméticos), a equipe da KT Retailing decidiu expor
todos os produtos comercializados pela Internet em um grande ambiente, deixando
à mostra o estoque com visual padronizado.

(Crédito: Divulgação KT Retailing – Projeto
Beleza na Web)
“Isso fez
com que os clientes tivessem uma experiência diferente, mas ao mesmo tempo bem
casada com a realidade da marca”, comenta Takano. Nesse mesmo sentido, o local conta
com atendimento via tablets, que permite aos consumidores escolher os itens
desejados, filtrando-os por marca, tipo, necessidades ou categorias.
A
arquitetura também pode contribuir de outras formas, como no desenvolvimento de
uma fachada chamativa ou de uma vitrine com merchandising
adequado. Um exemplo é o projeto da marca de maquiagem Kryolan, no qual o Studio
GPPA usou peças de aço inox no formato hexagonal, que corresponde aos seis
pontos de atuação da empresa.

(Crédito: Rafael Renzo – Projeto Loja
Kryolan)
Além de
um espaço internamente organizado que possa facilitar a procura de produtos, outros
elementos ajudam a criar um espaço confortável para prolongar a permanência do
consumidor, como climatização, sonorização e, sobretudo, iluminação.
Na loja
de calçados, bolsas e acessórios Manufact,
localizada no Village Mall, Rio de Janeiro, o escritório GAA Grupo de Arquitetos Associados apostou em uma luz mais
intimista que ressalta as prateleiras onde estão os produtos, sem cansar a
vista dos clientes.

(Crédito: MCA Estúdio - Denilson Machado e Juliano Colodeti, Projeto
Manufact)
Estacionamento
Até mesmo
as vagas de garagem podem impactar no comércio varejista. Segundo Keiro
Yamawaki, arquiteto do escritório Garage
Plan, projetá-las de maneira desordenada fazem o cliente desistir da
visita. “A maioria das lojas adota o
sistema self-park, no qual os
próprios clientes estacionam o carro. Por isso, é muito importante investir no
conforto de manobra”, conclui.
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