(Brasilian
Pavilion Milão, por Studio
Arthur Casas e Atelier
Marko Brajovic – Foto: Fernando
Guerra)
Redação Galeria da
Arquitetura
Você sabe
o que é arquitetura cenográfica? O
significado destes dois termos que dão nome à modalidade já diz tudo. Arquitetura é a arte de projetar espaços,
enquanto cenografia é a técnica de
representar uma perspectiva. Arquitetura
cenográfica é, portanto, a (re) construção de ambientes, transformando-os
em impactantes cenários.
De acordo
com o arquiteto Marco Donini, do escritório Arqdonini
Arquitetos Associados, “pode-se dizer que a cenografia é a faceta mais
lúdica da própria arquitetura”. Nessa mesma linha de raciocínio, Mariana Klumb,
arquiteta da Formalis Arquitetura, diz que a arquitetura cenográfica está
comprometida em fazer qualquer sonho virar realidade. “É poder construir de
forma efêmera um momento; um espaço que permite fugir do real”.
Jungle
Party 3, por Formalis Arquitetura – Foto: Divulgação/ Formalis Arquitetura
Como deve ser o projeto de arquitetura
cenográfica?
Sempre
presente no teatro, a cenografia
passou a abranger programas de televisão, cinema, shows e publicidade. Em cada uma
dessas situações, os recursos explorados para criar uma atmosfera que beira a
ficção são variados, como materiais, cores, efeitos luminotécnicos
e mobiliário.
No
entanto, mais do que estética, Klumb alerta que as construções cenográficas devem
ser práticas, com montagem rápida e segura. “Por serem estruturas que não
permanecem instaladas por muito tempo, pois podem ser utilizadas em festas,
exposições e novelas, é importante pensar em materiais, além de formas de
construir e demolir, que atendam a esses requisitos”.
Um
exemplo é o pavilhão
brasileiro construído para o Expo Milão 2015. Idealizado pelo escritório Studio
Arthur Casas em parceria com o Atelier
Marko Brajovic, o projeto se exibe por trás de uma estrutura metálica que
possui um sistema de elementos pré-fabricados modulares de fácil montagem e
desmontagem.
(Brasilian
Pavilion Milão, por Studio Arthur Casas
e Atelier
Marko Brajovic – Foto: Fernando Guerra)
Estendida
dentro desse esqueleto, uma rede flexível, fluída e descentralizada representa
a pluralidade do Brasil. Capaz de acomodar até mil pessoas ao mesmo tempo, ela
retrata situações diversas como o encontro dos povos. Além disso, em todos os
volumes prevalecem os tons terrosos que remetem ao solo brasileiro. “Criamos
uma proposta que transcende as barreiras entre arquitetura, expografia, evento
e conteúdo para transmitir a imagem contemporânea do país”, comenta o arquiteto
Arthur Casas.
Tendência
Para
Klumb, a arquitetura cenográfica vem conquistando espaço pela praticidade e
realidade obtida. “Se fôssemos criar a fachada de uma vila há tempos atrás,
precisaríamos da madeira, do artista para fazer a arte, da estrutura, enfim, de
milhares de materiais que seriam usados e jogados fora. Hoje conseguimos trazer
a mesma realidade projetando digitalmente a fachada”.
Jungle
Party 3, por Formalis Arquitetura – Foto: Divulgação/ Formalis Arquitetura