(Foto: GaudiLab/ Shutterstock)
Redação Galeria da Arquitetura
Mormaço, ar abafado, baixa umidade… essas são as características
climáticas de grandes metrópoles mesmo em dias que os termômetros registram
temperaturas amenas. Estamos falando das ilhas de calor, que se
notabilizam justamente pela formação de atmosferas de ar quente mais elevadas
do que em regiões rurais relativamente próximas aos centros urbanos.
Como surgem as ilhas de calor?
O principal motivo para a formação das ilhas de calor está na
substituição da vegetação por solos impermeáveis. “Os pavimentos escuros,
como asfalto e concreto, tendem a
absorver a radiação solar durante o dia e emitem calor – aquecendo o ar – à
noite”, explica Sérgio Brazolin, doutor
em recursos florestais e responsável pelo laboratório de árvores, madeiras e
móveis do IPT.
Ele complementa ao citar outros fatores que contribuem para a formação
desse fenômeno climático, como o fluxo de automóveis, a poluição proveniente de
indústrias, as construções verticais – que interferem na dinâmica do evento – e
os condicionadores de ar.
Soluções para reduzir as ilhas
de calor
Embora seja impossível a extinção das ilhas de calor nas grandes cidades
– construídas sem planejamento e sem atenção para a qualidade de vida –,
existem alternativas para minimizar o problema a longo prazo. Aumentar a
quantidade de áreas verdes, como árvores de médio e grande porte associadas a
superfícies de maior coeficiente de reflexão de radiação –, e priorizar o uso
de pisos permeáveis são algumas alternativas.
“Se observarmos o mapa de calor da cidade de São Paulo, já é notório que
bairros mais arborizados, como Pacaembu, Jardins e Morumbi, possuem melhor
conforto térmico”, exemplifica o especialista.
Normalmente, esses locais contam com as chamadas “florestas urbanas” – parques,
praças, jardins, verde viário das calçadas e canteiros centrais – que, além de
embelezar e valorizar essas áreas, cientificamente influenciam no clima.
“Existe uma forte associação das ilhas de calor com a densidade
demográfica. Isso é fato no centro e na zona leste da cidade de São Paulo, por
exemplo. Portanto, há de se planejar a cidade com uma visão de longo prazo,
pois o imediatismo e a falta de planejamento não surtirão efeitos necessários”,
finaliza Brazolin.