Foto: Marcelo
Donadussi
Texto: Nathalia Lopes
Muitos elementos construtivos enchem as moradas de charme, mas
poucos fazem tanto sucesso quanto os naturais. Árvores e pedras – sejam
originais do terreno ou trazidas de longe – não só embelezam, como norteiam a
construção e a disposição dos ambientes. A seguir, selecionamos 5 casas em
que as rochas são protagonistas!
1. Casa Delta
Foto: Kátia Kuwabara
A grande rocha logo no acesso principal dá as boas-vindas aos moradores e aos visitantes da Casa Delta. O arquiteto Heitor Tonissi, do escritório de arquitetura Plareng, explica que em nenhum momento foi cogitada a retirada dela. “As pedras – que também cortam a piscina – não só foram mantidas, como pautaram as principais decisões do projeto. Queríamos extrair todos os benefícios que a presença delas proporciona”.
O material foi responsável por dividir a área social e a de serviços, além de permitir maior entrada de iluminação e ventilação natural, uma vez que ele configura um vazio na porção mais larga da residência. No pavimento superior, foram desenhadas aberturas na suíte para os moradores caminharem sobre a rocha como se ela fosse um terraço. “Esse elemento também foi determinante no desenho da fachada ao servir de parâmetro para a definição das proporções da grande cobertura em forma de asa delta”.
Até as pedras menores do terreno foram aproveitadas, servindo de revestimento para o piso externo, muros e contenções.
E quais materiais utilizar para combinar com esse elemento natural? “Concreto aparente, cimento queimado, aço, madeira e vidro”, responde o arquiteto. Ele complementa que como o escritório já privilegia o uso de elementos naturais, essa tarefa foi fácil.
Foto: Kátia Kuwabara
2. Casa da Figueira
Foto: Marcelo Donadussi
A Casa da Figueira foi desenhada a partir de uma arquitetura linear e quase brutalista, encontrando sua essência na pureza dos elementos construtivos. “A maior parte das texturas externas é plana e simples, como o aço corten e concreto. Nesse cenário, as grandes pedras trazem equilíbrio e balanço ao conjunto arquitetônico”, comenta Ingrid Stemmer, do escritório Stemmer Rodrigues Arquitetura.
“As pedras incorporam naturalidade, rusticidade e um certo toque de ousadia, fazendo pensar que sempre estiveram ali”, complementa. Apesar de não serem determinantes nas demais escolhas estruturais, elas foram utilizadas para seguir as diretrizes e conceitos do escritório.
“Ao permitir a entrada da natureza e a conexão dos espaços, expandimos a relação das pessoas com a arquitetura e o entorno e, consequentemente, a responsabilidade com essas questões. As texturas naturais em seu tom original agregam sinceridade à paleta de cores que, banhada por muita luz do sol, vestem-se em diferentes tonalidades ao longo do dia”.
No caso dessa construção, as rochas não nasceram no terreno, mas foram trazidas de Mariana Pimentel (RS). Escolhidas pela sua coloração amarelada – que contrasta com o cinza do concreto –, elas são conhecidas como matacões; seu formato foi moldado pela natureza a partir de erosões.
3. Casa da Montanha
Foto: Maíra Acayaba
A Casa da Montanha foi implantada levando em consideração as pedras naturais do terreno, como explica Frederico Sabella, do Sabella Arquitetura, responsável pelo projeto. “No trecho da varanda da sala de TV e da suíte máster – no pavimento superior – temos uma grande rocha que avança pela varanda, interrompendo a parede, que também é de pedra”.
O arquiteto diz que nesse trecho é possível subir nas pedras, funcionando como um “mirante” frente ao vale do município de Gonçalves (MG).
4. Casa Luna Llena
Foto: Cristiano Mascaro
Na Casa Luna Llena, a lareira de pedra no meio da sala chama a atenção. “Encontramos um lindo monolítico – espécie de rocha – durante o preparo do terreno e decidimos reservá-lo até que surgisse uma oportunidade de usá-lo”, conta Candida Tabet, responsável pelo projeto e titular do escritório de mesmo nome.
A residência foi construída em Jose Ignacio, no Uruguai, que é conhecida por ser uma região bastante pedregosa. Para o restante da casa, foram escolhidos materiais que casaram com o entorno, como tijolos aparentes.
5. Casa Fazenda Ghouma
Foto: Cristiano Mascaro
Externamente, as linhas de muros de pedras catadas e empilhadas ao longo das curvas de nível – antigos terraços agrícolas (Jell, em árabe) – orientaram a implantação da casa e foram mantidos, resultando em algumas paredes.
Internamente, os acabamentos seguiram a mesma linguagem conceitual. “Quando rejuntadas, as paredes de pedras receberam pó de calcário, retirado in natura do chão e misturado com capim molhado para dar liga. O mesmo pó resultou na argamassa de revestimentos das alvenarias”.
6. Cabanas Sabiá
Foto: Divulgação
A pousada Cabanas Sabiá, localizada no coração do belo município de Paraty, foi construída aproveitando-se do cenário natural ao seu redor. Entre uma vasta vegetação, uma grande rocha ocupa boa parte, e protagoniza a sala da sede. “O projeto teve como principal inspiração a pedra, que já estava no terreno. Ela faz parte do contexto e dá charme ao ambiente”, explica a arquiteta Fernanda Camargo.