Arquitetos projetam infraestrutura comunitária para 12 aldeias em SP

O investimento em infraestruturas e equipamentos foi distribuído ao longo de 24 mil hectares de terra, na zona sul de São Paulo
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Arquitetos projetam infraestrutura comunitária para 12 aldeias em SP

Ao todo, foram 55 construções, incluindo casas de cultura, cozinhas comunitárias, alojamentos e outras (Foto: Grupo ][ Fresta/Reprodução)

Texto: Naíza Ximenes

22/03/2022 | 17:35 — Integrando o programa de compensação do Plano Básico Ambiental (PBA), o Grupo ][ Fresta, constituído por três arquitetos e uma socióloga, implantou uma série de infraestruturas e equipamentos para 12 aldeias guaranis e tupis, na zona sul de São Paulo.

O trabalho propõe um conjunto de ferramentas culturais e comunitárias para esses locais, que ocupam 24 mil hectares. Os projetos da iniciativa levaram em conta a verdadeira demanda da população indígena e de suas lideranças, de forma a suprir a necessidade dos alicerces das comunidades.

As aldeias beneficiadas foram a Tenondé Porã, Kalipety, Yyrexakã, Krukutu, Guyrapaju, Kuaray Rexakã, Rio Branco, Cerro Corá, Tekoa Mirim, Aguapeú, Itaóca Guarani e Itaóca Tupi, que são contempladas pelas Terras Indígenas demarcadas pelo Estado de São Paulo. A maioria delas está situada próxima à represa Billings ou na Serra do mar, beirando rios em meio à mata atlântica.

A participação da população foi muito importante no desenvolvimento, sendo que seus hábitos, costumes e forma de usar os espaços viabilizaram a compreensão da dispersão das construções características das aldeias.

Tudo foi realizado de forma sustentável — uma das maiores preocupações das aldeias. A inovação em sistemas de tratamento de esgoto, manutenção das construções e diferentes usos de materiais só foi possível mediante a recorrente solicitação de métodos e matérias-primas que não prejudicassem o solo, ou que permitissem otimização do uso dos recursos naturais.

Ao todo, foram 55 construções: 12 casas de cultura/centros comunitários, 7 cozinhas comunitárias, 5 casas de barco, 3 alojamentos, 24 módulos sanitários, 2 mirantes, 1 galpão agrícola e 1 casa de palestra. Todas as estruturas possuem sistema de tratamento de esgoto ecológico (evapotranspiração ou wetland) e, em alguns casos, a captação de água de chuva para reúso.

As construções foram situadas em lugares estratégicos, de forma que auxiliem as atividades coletivas e que estruturem as atividades das aldeias. A disposição garante a unidade do conjunto e a exequibilidade das construções, ponderando, inclusive, a necessidade de padronização das construções para viabilizar o canteiro de obras.

O conjunto arquitetônico é de uso comum e de apropriação da população residente, guaranis e tupis. As novidades abrangem iniciativas de caráter cultural, voltadas a atividades culturais e de geração de renda ligadas ao turismo como Casas de Cultura e Centros Comunitários; de caráter comunitário, que são construções que dão apoio às moradias, como as cozinhas comunitárias, alojamentos e módulos sanitários coletivos; e de caráter de infraestrutura da aldeia, voltadas à organização das atividades cotidianas e produtivas, como as casas de barco, almoxarifados e galpões agrícolas.

Para conferir com detalhes as construções, clique aqui.

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