Museu do Ipiranga conclui restauração de edifício histórico

O edifício-monumento, fundado em 1895, é o prédio de maior valor arquitetônico do museu
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Museu do Ipiranga conclui restauração de edifício histórico

A reabertura está prevista para o dia 7 de setembro, no bicentenário da Independência (Foto: Leandro Walicek/Shutterstock)

Texto: Naíza Ximenes

06/04/2022 | 17:08 — A restauração do edifício-monumento do Museu do Ipiranga terminou: depois de dois anos e meio de reformas, a instituição prepara o ambiente não só para as futuras exposições, como para a instalação de equipamentos de modernização do ambiente, a exemplo dos elevadores. 

O prédio reformado foi fundado em 1895 e carecia de uma série de reparações. A equipe, constituída por 54 profissionais, recuperou cerca de 1.300 peças de ladrilhos hidráulicos coloridos; reproduziu e substituiu cerca de 700 ladrilhos à moda antiga; revitalizou o assoalho através de um processo de decapagem (remoção de tinta), reparação de danos, enxertos, polimento, lixação e pintura; e devolveu os tacos aos locais de origem em todas as salas do prédio — tudo de modo que resgatasse os aspectos originais do museu. 

As restaurações também incluíram os aspectos estruturais: até a argamassa original das paredes foi submetida a análises em laboratório, de forma que os trabalhadores pudessem reproduzir da maneira mais fiel possível. Além disso, a equipe investiu no processo de limpeza dos ornamentos e, ainda na etapa de retirada para a restauração, descobriu que a Corte, na época, utilizava de material similar ao ouro em várias peças ao invés do próprio ouro, como acreditava-se. 

Ainda pensando na preservação, as estratégias elaboradas pelos profissionais tinham um objetivo principal: evitar que a tela de Pedro Américo, a conhecida “Independência ou Morte”, fosse, sequer, movida: o quadro foi reparado dentro do próprio Salão Nobre. Os restauradores levaram dois anos para concluir o processo. As outras obras de arte que ocupavam os nichos do Salão Nobre estão em reservas técnicas e serão devolvidas ao espaço nos próximos meses.

A porção externa do complexo também está de cara nova: 7.600 metros quadrados de fachadas foram recuperados — ou seja, toda a região externa do prédio — e a área total do museu dobrou de tamanho. 

Para a reabertura, o sócio-diretor da empresa contratada pela Fusp (Fundação de Apoio à USP) para assessorar os trabalhos de restauração, Marcelo Sancho, conta que ainda falta a montagem das exposições permanentes, que começa nos próximos dias; a finalização dos equipamentos de modernização (elevadores, principalmente); e a instalação do aparato multimídia, que vai auxiliar os visitantes. “É a maior obra que faço em termos de tamanho e complexidade”, conta.

A nova área já construída, por sua vez, fica à frente e abaixo do edifício-monumento, onde estarão duas amplas entradas para o museu, um auditório, um café, um salão para exposições temporárias e o jardim francês, situado logo à frente deste novo pavimento.

O orçamento disponibilizado, até o momento, para a reforma total do ambiente é de R$ 211 milhões, patrocinados pela Lei Rouanet. A reabertura está prevista para o dia 7 de setembro, no bicentenário da Independência.

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