O retorno do edifício às atividades marca uma iniciativa de revitalização do Centro do Rio de Janeiro (Foto: IPHAN/Reprodução)
Texto: Naíza Ximenes
13/07/2022 | 15:00 — Depois de a Justiça Federal declarar, em maio deste ano, que
o Palácio
Capanema não poderia ser vendido, o monumento, que marca a arquitetura
moderna do Brasil, ganhou outra destinação: em setembro, após a sua reabertura,
ele se tornará a nova sede da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e
da Funarte (Fundação Nacional das Artes).
O retorno do edifício às atividades marca uma iniciativa de
revitalização do Centro do Rio de Janeiro, principalmente em vista do grande
fluxo de pessoas que frequentará o espaço.
Isso porque o Palácio estava sem atividades já há algum tempo, principalmente
em vista da incerteza acerca de sua comercialização para iniciativas privadas
O prédio, que é tombado pelo Iphan, ao conseguir manter seu caráter público, ainda foi considerado para outras destinações pelo Governo Federal — que supôs adaptá-lo para entidades como a Justiça Eleitoral e do Trabalho, sem sucesso.
Assim, o Palácio Capanema — projetado por Oscar Niemeyer, em parceria com Lucio Costa e Le Corbusier —, que já foi sede do Ministério da Educação e é considerado um marco cultural brasileiro, entrou na mira de grandes órgãos, também culturais. Desta forma, além de integrar a iniciativa de revitalização do centro carioca, o intuito, agora, é preencher seus 16 andares com entidades do setor artístico.
A reabertura está programada para acontecer em setembro, em um ato já definido: um concerto na Sala Sidney Miller, que pertence à Funarte, numa parceria com a Escola de Música da UFRJ. A transferência das entidades para o edifício deve acontecer em até 60 dias após o concerto, mesmo que as obras de restauração ainda não tenham sido concluídas.
A Secretaria Especial de Cultura é outro órgão que já tem planos de acompanhar a Funarte e Ancine, mas, ao invés de transferir sua sede principal, a Secretaria só utilizará o Palácio como um gabinete extra.
Futuramente, serão instaladas atrações para os visitantes, restaurantes geridos pela iniciativa privada no terraço-jardim do edifício (projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx), e um centro de convenções de grande porte, que possa receber eventos culturais variados.
Tamoio Marcondes, membro da Funarte e coordenador do projeto do Capanema, ressalta o laço entre o Palácio e a cultura. “A verdade é que o Capanema é da cultura, e precisa continuar sendo. Vamos sedimentar o prédio como um grande alicerce cultural da cidade e do país”, afirmou.