Apesar de darem uma primeira impressão de aleatoriedade, com andares diferentes uns dos outros, as torres foram idealizadas com um padrão altamente funcional (Foto: MVRDV/Divulgação)
Texto: Naíza Ximenes
26/08/2022 | 14:27 — O projeto batizado de Torres Oásis, assinado pelo escritório de arquitetura MVRDV, venceu o concurso na cidade chinesa de Nanjing para construir um complexo residencial e comercial de uso misto. Com dois prédios de 150 metros de altura, cercados por jardins exuberantes, a proposta chamou atenção por oferecer um refúgio verde em meio à cidade.
Criado como um complemento ao rápido crescimento da cidade chinesa, o conceito propõe duas torres em forma de “L”, cada uma com 40 andares, sendo uma de frente para a outra. Apesar de darem uma primeira impressão de aleatoriedade, com andares diferentes uns dos outros, as torres foram idealizadas com um padrão altamente funcional, com plantas nas grandes seções e variações que ficam, em especial, nas varandas curvas.
(Foto: MVRDV/Divulgação)
Entre os dois edifícios, fica uma base que possui entre três e quatro andares, dependendo do ambiente do complexo. Essa base cria uma perímetro, com saídas para mais de uma rua, que envolve a maior parte do terreno. Com essa disposição, a porção central da construção fica protegida, e os lotes, interligados.
Outro destaque do complexo idealizado pela MVRDV é o emprego da vegetação: são terraços escalonados completamente arborizados, ambientes exuberantes do térreo ao terceiro andar, refrigeração natural e grande biodiversidade — preocupações ímpares do projeto.
(Foto: MVRDV/Divulgação)
Além de tudo, a disposição das varandas e da vegetação ao longo delas foi completamente estruturada para oferecer privacidade e proteção aos moradores. Isso porque as plantas impedem a interação entre os visitantes dos pavimentos comerciais com os residentes, criando, ainda, áreas caminháveis que conectam os dois blocos ao longo da via central. A segmentação da fachada com padrão quadriculado nas faces externas do bloco perimetral corresponde aos espaços do escritórios.
No centro do espaço público, o jardim segue abaixo do nível do solo e se conecta sob a via, de forma que os pedestres possam usufruir de um ponto de passagem a mais, e ainda tenham acesso à estação de metrô subterrânea.
“A arquitetura contemporânea de Nanjing se inspira na natureza em forma e aparência. Com as Oasis Towers, queríamos levar essa tendência ao máximo – não apenas emular a natureza com ‘falésias’ curvas e estratificadas, mas também incorporar literalmente a natureza no design com a vegetação e explorando os processos naturais”, afirma Winy Maas, Sócio Fundador do MVRDV.
(Foto: MVRDV/Divulgação)
A integração da natureza no projeto é ainda destacada através das estratégias de sustentabilidade. As coberturas que não são acessíveis para os pedestres ou moradores são densamente ocupadas com uma variedade de espécies que ajudam a maximizar a biodiversidade.
Dois canaviais de 500 metros quadrados, que filtram e limpam naturalmente a água como parte do sistema de reciclagem de águas cinzas do edifício, também são adicionados a essas coberturas. O posicionamento das torres também aproveita os ventos predominantes do oeste para maximizar a ventilação natural. As varandas profundas são escalonadas para fornecer luz natural, reduzindo o ganho solar no verão, juntamente com as árvores cuidadosamente posicionadas que proporcionam sombra extra nos meses mais quentes. Além disso, uma bomba de calor aproveita o rio adjacente para reduzir o consumo de energia.