Arquitetos projetam jardim para atuar como museu a céu aberto nos EUA

O projeto que abrigará as obras de Alexander Calder é fruto da parceria entre Herzog & de Meuron e Piet Oudolf
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A estrutura foi idealizada de forma que o visitante seja guiado por caminhos inesperados, nichos e jardins (Foto: Herzog & de Meuron/Divulgação)

Texto: Naíza Ximenes

21/09/2022 | 17:28 — O escritório de arquitetura Herzog & de Meuron e o paisagista Piet Oudolf estão projetando, juntos, os Jardins Calder, um ambiente para abrigar e exibir obras de arte do escultor norte-americano Alexander Calder. 

Com uma área de 6.500 metros quadrados, o jardim fica na Filadélfia, nos Estados Unidos. No local, será construído um edifício de dois pavimentos, com metade da área no subsolo, cuja proposta é “criar um local para vivenciar a arte, com interação entre arte, arquitetura e pessoas”.

“Forma, cor e movimento são as características mais óbvias de muitos aspectos notáveis da arte de Calder. Por isso, quisemos evitar adotar estes elementos no projeto de arquitetura, para evidenciar a apresentação de seu trabalho”, conta Jacques Herzog.

Com o intuito de inovar e propor interação entre as pessoas e os artefatos exibidos, os arquitetos optaram pela implementação de galerias no subsolo ao invés de construir volumes acima do solo. A estrutura foi idealizada de forma que o visitante seja guiado por caminhos inesperados, nichos e jardins, tais como as quase galerias ou galerias de conceito aberto e os jardins rebaixados. Todos os cantos, escadas e circulações serão aproveitados como uma oportunidade para expor a arte.

Apesar do projeto ser baseado na exposição das obras de Calder, o New York Times conta que a iniciativa para os jardins começou quando Alexander S.C. Rower, neto de Calder e presidente da Fundação Calder, se encontrou com Piet Oudolf, paisagista famoso por seu trabalho no High Line da cidade de Nova York. Segundo eles, o local nunca teve a intenção de se tornar um museu para Calder, mas sim um espaço de peregrinação e introspecção.

“Vejo meus jardins como esculturas vivas onde a mudança é constante. O local é como uma tela para trabalhar e cada planta tem uma personalidade que precisa funcionar com as demais. A composição do jardim é variável e irá evoluir com as estações do ano. Para os Jardins Calder, o projeto de horticultura também deve servir às obras de arte. Espero que as pessoas reservem um tempo para parar e refletir no espaço, experimentar plenamente estes elementos juntos e ter uma reação emocional que permaneça com elas muito tempo após sua visita. Não é o que se vê, mas o que se sente”, explica Piet Oudolf.

O projeto deve ser lançado em 2023 e está programado para ser inaugurado no início de 2024. O Jardim Calder é o primeiro local totalmente dedicado a Alexander Calder, um artista nativo da Filadélfia cujas esculturas em movimento, chamadas de “mobiles” por Marcel Duchamp, fizeram dele um dos artistas mais conhecidos do século XX. 

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