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Redação Galeria da
Arquitetura
A escolha do
terreno é o primeiro passo para a realização de um bom projeto. Embora
pareça simples, essa etapa demanda uma análise criteriosa da documentação,
localização e desnível do lote.
Veja a seguir dicas
práticas para acertar na escolha, evitando perda de tempo e de dinheiro.
1 – VERIFIQUE A DOCUMENTAÇÃO
O cliente deve
exigir documentações cartorárias que comprovem a regularidade do imóvel e de
seu respectivo vendedor. A prefeitura ou o órgão fiscalizador — CREA ou CAU —
podem barrar a obra, caso o alvará de construção e anotações de
responsabilidade não atendam às normas. Condições de alagamento, vegetação
protegida por lei e áreas de preservação, podem ser verificadas junto ao
município.
Quais documentos exigir?
• Certidão de
propriedade do terreno atualizada (emitida pelo Cartório de Registro de Imóveis)
para saber se a situação está regular
• Certidões de ações
dos distribuidores (cartórios) cíveis, de protesto, de execuções fiscais e de
ações federais do proprietário e do cônjuge — documentos que indicam se há
ações contra o proprietário envolvendo o terreno a ser vendido
• Certidão
Negativa de Débitos (CND) do INSS — caso o vendedor seja uma pessoa jurídica
• Certidão Negativa
de Débitos Municipais, que mostra se existem dívidas com o município referentes
ao terreno
• Carnê do
IPTU, no qual constam as metragens do terreno e seu valor venal
2 – ANALISE A LOCALIZAÇÃO
Verificar a
facilidade de acesso ao terreno e a infraestrutura de seu entorno – transporte,
lazer e outros serviços – também é imprescindível. As informações podem ser
conferidas com o próprio corretor do imóvel, e ainda com pesquisas e visitas à
região.
3 – ESTUDE A INSOLAÇÃO
Analisar as condições de insolação
por meio de softwares ou visitas no local é muito importante. “Com essas
informações, o arquiteto analisa se o sol está a favor dos ambientes para que
haja ventilação cruzada e a casa esteja sempre fresca”, indica a arquiteta
Erika Fukunishi, do escritório EFTM Arquitetura.
4 – CONHEÇA A REGIÃO
Visitar o terreno mais de uma vez em dias, horários e condições
diferentes pode ser muito útil para identificar ruídos e outros incômodos.
5 – ANALISE OS DESNÍVEIS
Terrenos com
desníveis podem ser um problema para projeção de casas térreas, uma vez que
requerem gastos com movimentação de terra para acomodar a obra. No entanto, um
terreno em desnível não é impeditivo para a realização do projeto – pelo
contrário, o arquiteto pode tirar partido do relevo ao acomodar a edificação no
lote.
Em desníveis suaves,
por exemplo, o projetista pode criar meio pé-direito e minimizar o número de
degraus entre ambientes. “Para evitar grandes movimentações de terra, como
corte e aterro, um bom projeto pode aproveitar melhor o traçado natural e
otimizar os custos”, explica Thalita Miyawaki, também arquiteta do EFTM
Arquitetura.
O desnível também
pode ser explorado para criação de ambientes de convivência, piscina e quadras
esportivas. Dependendo da altitude, potencializa a vista do terreno.
6 – ESTUDE O SOLO
Apesar de só ser possível conhecer o tipo do solo
após a realização de serviços de sondagem, o cliente também pode observar
alguns aspectos no terreno que indiquem sua condição. Muitas pedras na
superfície, por exemplo, sugerem que o terreno está próximo de rios e córregos
— o que provavelmente exigirá fundações profundas e caras. “Uma dica é
perguntar aos vizinhos que tipo de fundação adotaram para fins de planejamento
de gastos, o que não significa que, após a compra do terreno, o cliente não
precise contratar um serviço de sondagem do solo”, comenta Erika.