Projeto propõe indicar Rosa Kliass como patronesse da Arquitetura da Paisagem

A autoria do projeto é do CAU/BR, em homenagem ao Dia da Mulher Arquiteta e Urbanista, comemorado em 31 de julho
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Projeto propõe indicar Rosa Kliass como patronesse da Arquitetura da Paisagem

Rosa foi a primeira arquiteta a fundar e liderar seu próprio escritório, em 1970 (Foto: Marcelo Soubhia/Divulgação)

Texto: Naíza Ximenes

05/08/2022 | 17:22 — Em comemoração ao Dia da Mulher Arquiteta e Urbanista, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) protocolou, na última quinta-feira (4), um Projeto de Lei (PL) que declara a arquiteta Rosa Kliass como patronesse da Arquitetura da Paisagem

A presidente do CAU/BR, Nadia Somekh, declarou que a entidade propôs a nomeação devido ao “papel extraordinário no desenvolvimento e consolidação da Arquitetura da Paisagem como profissão no Brasil”, realizado por Rosa Kliass.

A arquiteta homenageada é de São Paulo, formada pela Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e com mestrado pela mesma universidade. Apesar de ter começado sua carreira com projetos de pequena escala, ainda na década de 1960, a profissional expandiu sua atuação a ponto de planejar planos diretores e planos de áreas verdes em escala municipal, a exemplo de São Paulo. 

Ela também foi a primeira arquiteta a fundar e liderar seu próprio escritório, em 1970 — uma atitude pioneira no ramo, que ainda não possuía mulheres como líderes. A partir de então, Rosa desenvolveu trabalhos variados no campo da Arquitetura da Paisagem, e nas mais diversas escalas — de planos regionais a planos diretores, projetos paisagísticos na escala urbana e institucional e projetos de regeneração ambiental, públicos e privados.

Além de fomentar políticas públicas voltadas para proteção e gestão da paisagem urbana, Rosa também foi a primeira mulher a integrar a diretoria do IAB/SP (1959/1960/1961). Ela foi homenageada na 6ª Bienal Internacional de Arquitetura, realizada em São Paulo, com uma sala de exposição de seus projetos; pela Universidade de Harvard (EUA), como uma das três mulheres paisagistas modernistas mais importantes das Américas; e foi a primeira arquiteta a receber o Colar de Ouro do Instituto de Arquitetos do Brasil, símbolo do reconhecimento da sua contribuição para o engrandecimento da Arquitetura e Urbanismo no Brasil.

A presidente da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA), Eleonora Mascia, ainda deu detalhes sobre as políticas de inclusão da entidade. “Além da questão das entidades de arquitetura trazerem mulheres, a política que cada uma das entidades vem adotando independente do seu gestor, há uma abertura importante nos últimos anos para o reconhecimento de que precisamos ter iniciativas, precisamos ter propostas que deem conta do enfrentamento da enorme desigualdade de gênero, de raça, de opção sexual, da necessidade da gente promover diversidade seja na nossa entidade profissional, na nossa atuação política ou na sociedade como um todo isso é importante”, ela explica.

“Quando o CAU define um Dia da Mulher Arquiteta e Urbanista é porque reconhece que mais de 60% são profissionais mulheres, que são profissionais que têm um salário menor, que têm menos oportunidade, que há sim uma diferenciação e discriminação no tratamento do ponto de vista social e que isso precisa ser enfrentado e colocado”, completa a presidente. 

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