Capela Santa Luzia é reaberta após restauração

A reinauguração também marcou a etapa inicial da abertura do complexo Cidade Matarazzo, iniciativa de reciclagem urbana que está em execução na região central da capital paulista
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O empreendimento centenário estava abandonado há mais de 20 anos (Foto: Divulgação/Cidade Matarazzo)

Texto: Vinícius Veloso

18/11/2021 | 17:30 —  Localizada nas proximidades da Avenida Paulista, a Capela Santa Luzia foi reaberta ao público depois de passar por um processo de restauração. O empreendimento centenário estava abandonado há mais de 20 anos, mesmo sendo um patrimônio importante que registra a história do desenvolvimento do município de São Paulo e guarda memórias do período da imigração italiana no Brasil no início do século XX. Para comemorar a reinauguração, o templo recebeu uma missa celebrada por Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo. O evento marcou, ainda, a etapa inicial da abertura do complexo Cidade Matarazzo, iniciativa de reciclagem urbana que está em execução na região central da capital paulista.

O projeto norteado pelo Grupo Allard transformará o antigo Hospital Matarazzo, que fechou as portas em 1993, em uma área de cultura, hospitalidade, moda, bem-estar e gastronomia. O espaço receberá o hotel Rosewood São Paulo, um centro cultural, uma fashion megastore com mais de 70 marcas exclusivas, 34 pontos de gastronomia, além do maior parque privado no coração da cidade. Para viabilizar as obras do Cidade Matarazzo foram investidos R$ 2,7 bi.

Restauração da Capela Santa Luzia

O Hospital Matarazzo foi tombado em 1986 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). Entre todas as edificações preservadas pelo órgão estadual, a Capela Santa Luzia era a que possuía o mais alto nível de proteção. Com isso, o processo de restauro demandou fidelidade máxima às características da obra original. O trabalho começou pela fachada, onde a tinta escondia o aspecto neoclássico do templo.

No ambiente interno, as atividades revelaram paredes marmoreadas executadas com a técnica Scagliola, bastante comum na Itália na época em que a igreja foi construída. Também foram descobertos afrescos que permanecem com alguns pontos danificados para despertar nos visitantes a consciência sobre o valor histórico do empreendimento. Além disso, em uma consulta à planta do edifício, foi constatado que uma rosácea seria fixada no alto do coro — porém isso nunca aconteceu. Então, a equipe responsável conseguiu uma autorização para incorporar no projeto um elemento contemporâneo: um vitral assinado pela artista Vik Muniz.

A restauração exigiu, ainda, um complexo trabalho de engenharia. Isso porque a capela está suspensa sobre um vão que atualmente abriga um cinema, um centro de evento, entre outros espaços. Para viabilizar a construção dos oito andares abaixo da fundação da igreja, foi preciso executar um trabalho inédito no país que reuniu importantes profissionais.

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