Com projeto de Gustavo Penna, Memorial de Brumadinho começa a ser construído

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Memorial de Brumadinho, Gustavo Penna

O projeto já teve a etapa de terraplanagem concluída (Foto: Divulgação/GPA&A)

Texto: Vinícius Veloso

25/08/2021 | 13:20 — Já está em fase de construção o Memorial de Brumadinho, espaço que homenageará as vítimas da tragédia de 2019, quando a Barragem I da Mina Córrego do Feijão se rompeu e a avalanche de lama interrompeu 272 vidas. Assinado pelo escritório Gustavo Penna Arquiteto e Associados (GPA&A), o projeto teve a etapa de terraplanagem concluída e a expectativa é que a inauguração aconteça em janeiro de 2023. Envolvendo a participação da comunidade local, o trabalho de concepção do empreendimento focou na criação de um ambiente que ofereça aos visitantes uma experiência sensível, individual e compartilhada em um lugar de acolhimento.

O projeto

O pavilhão terá entrada retorcida e fragmentada, fazendo referência aos sonhos despedaçados e evidenciando de maneira sólida o incidente. Além disso, nas paredes de concreto aparente misturado à terra vermelha estarão incorporadas peças metálicas que foram retiradas dos escombros. Ainda no acesso ao espaço, o público passará por um ambiente escuro e com apenas algumas frestas de luz no teto, simulando a onda cobrindo o edifício e apagando o sol. “Experiências e sensações que nos preparam para o que virá. É necessário passar por esse mergulho antes de entrar no memorial”, explica o texto publicado no site do GPA&A.

No local haverá uma drusa de cristais que será iluminada por um facho de luz todo dia 25 de janeiro, às 12h28 (data e horário do rompimento da barragem). “As joias das famílias receberão, assim, a luz que faltou naquele dia”, destaca o texto.

O Memorial terá o “Espaço de Memórias”, onde será possível fazer uma pausa e descansar durante o percurso, e uma área meditativa, composta por um grande salão livre e com pé-direito variável aberto para o jardim. Já no trecho final existirá uma escultura de uma grande cabeça que sente e chora. As lágrimas serão direcionadas para uma superfície d’água que desemboca em um lago, localizado 3 m abaixo de um mirante que oferecerá vista para o local que foi atingido pela lama.

O projeto prevê também o plantio de 272 ipês amarelos, um para cada vítima da tragédia.

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