Novo centro de pesquisa em Sevilha ganha prêmio internacional

O projeto é do Grupo Bjarke Ingels, em parceria com a Argenia Ingeniería y Arquitectura, Buro Happold e HCP Arquitectos y Urbanistas
0 Compartilhamentos
0
0
0

O novo centro terá 9.900 metros quadrados (Foto: Playtime/Reprodução)

Texto: Naíza Ximenes

28/04/2022 | 16:03 — A colaboração entre os escritórios de arquitetura Bjarke Ingels, Argenia Ingeniería y Arquitectura, Buro Happold e HCP Arquitectos y Urbanistas acaba de ganhar o concurso internacional multidisciplinar de projetos com a nova sede do Centro Comum de Pesquisa (CCI) em Sevilha, na Espanha.

O prêmio foi endossado pela União Internacional de Arquitetos (UIA), que buscava por uma “construção voltada para o futuro, inovadora e econômica, visando integrar múltiplas disciplinas para atingir as mais altas metas de sustentabilidade para um novo projeto de construção”.

(Foto: Playtime/Reprodução)

(Foto: Playtime/Reprodução)

O comitê elegeu o projeto vencedor depois de analisar 15 outros concorrentes. A justificativa para a escolha, segundo os seletores, foi a imponência da cobertura sombreada e como o edifício propôs a criação de espaços urbanos atraentes simultâneos, que harmonizam transparência, inclusão e eficiência energética. 
“Com nosso projeto para o Centro de Pesquisa em Sevilha, mais do que tudo, tentamos permitir que o desempenho sustentável do edifício impulsionasse uma estética arquitetônica que não só faz com que o complexo tenha um melhor desempenho como também o torna mais habitável e bonito — um novo vernáculo ambiental andaluz”, explica Bjarke Ingels.

(Foto: Playtime/Reprodução)

(Foto: Playtime/Reprodução)

Os arquitetos se propuseram a traduzir a identidade urbana de Andaluzia no novo edifício: inspirados nas praças e ruas da cidade, a primeira proposta foi cobrir todo o terreno do CCI em uma “nuvem de pérgolas” — uma estrutura, geralmente feita de ripas de madeira, comumente utilizada em jardins e áreas externas. No projeto, elas foram equipadas com placas fotovoltaicas em todos os locais instalados, da praça ao jardim e porção interior do edifício. 

Seguindo com o intuito de proporcionar flexibilidade e adaptação às futuras necessidades da instituição, a concepção seguinte foi a das estruturas. No edifício, foram adicionados refeitório, centro de conferências e espaços sociais no térreo; escritórios e unidades de pesquisa reservados nos andares superiores; e ambientes de trabalhos com duas propostas diferentes: alguns voltados para o desempenho colaborativo (posicionados de frente para a praça) e outros voltados para o desempenho privativo (de frente para o jardim).

(Foto: Playtime/Reprodução)

(Foto: Playtime/Reprodução)

Ao todo, o projeto passou a abrigar 12 unidades de pesquisa e um grande número de terraços e espaços ao ar livre, voltados para recreações e reuniões. Isso porque os projetistas optaram por adaptar o centro de pesquisa à cobertura, seguindo o conceito das pérgulas de serem rebaixadas à altura da escala humana.

Para complementar a eficiência energética dos pergolados, a equipe decidiu, então, equipá-los com placas rasas e de sombreamento na parte inferior das estruturas. Elas permitem a ventilação natural cruzada e a iluminação natural dos ambientes, reduzindo o consumo de energia da iluminação artificial, ar-condicionado e ventilação mecânica.

(Foto: Playtime/Reprodução)

(Foto: Playtime/Reprodução)

(Foto: Playtime/Reprodução)

Os materiais utilizados no esboço são todos de origem local — a exemplo do calcário, madeira e cerâmica. A estrutura, por exemplo, será constituída de concreto de baixo carbono, que reduz as emissões de CO2 em até 30%. 

A cobertura das pérgulas, por sua vez, será de aço reciclado, ao passo que os jardins e os elementos de água são integrados na paisagem externa para reduzir o efeito de ilha de calor. Além da energia proveniente dos painéis fotovoltaicos e dos recursos utilizados em todo o edifício, a cobertura apresentará módulos integrados de coleta de água da chuva.

(Foto: Playtime/Reprodução)

(Foto: Playtime/Reprodução)

O CCI ficará no antigo local da EXPO ’92, na Isla de la Cartuja. Com 9.900 metros quadrados, a estrutura terá como objetivo a promoção da cidade como uma referência global de sustentabilidade. 

Com expectativa de conclusão da construção até 2024, o novo Centro Comum de Pesquisa em Sevilha contribuirá com a descarbonização e a transição da Isla de la Cartuja para fontes de energia 100% renováveis. 

0 Compartilhamentos
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.