Visão panorâmica de Santiago, capital chilena. Crédito: Shutterstock/Skreidzeleu

Redação Galeria da Arquitetura

Localizado em uma área de 756.950 km² no sudoeste da América do Sul, o Chile é um país de topografia complexa: são poucas planícies em contraponto com uma vasta área de solo extremamente acidentado. Apesar da pequena extensão, abriga uma região de geleiras conhecida como Patagônia Chilena, a Cordilheira dos Andes e o Deserto do Atacama. 

As características diversas ditam e desafiam a forma de construir no país. Arquitetos, engenheiros e paisagistas devem entender que as necessidades do território são diferentes das de qualquer outro lugar no mundo. Atualmente, a arquitetura chilena é bem definida pelo aproveitamento da paisagem natural, pelo atendimento à diversidade ambiental e aos abalos sísmicos rigorosos.

Estruturas rígidas

O Museu da Memória em Santiago, de autoria de Carlos Dias, Lucas Fehr e Mario Figueroa, é um exemplo de obra que atende às premissas estruturais da região. Segundo Figueroa, o projeto foi definido a partir de duas premissas. "Deveríamos considerar o clima temperado, com estações bem definidas, um inverno rigoroso e um verão extremamente seco. Mas a maior preocupação foi com relação aos terremotos. A normativa chilena trabalha com o conceito de enrijecimento máximo das peças estruturais para evitar o desprendimento de elementos de vedação. O Museu sobreviveu em 2010 a um dos maiores terremotos registrados no Chile, com 8,4 graus de magnitude", comenta. 

Para que o desempenho estrutural fosse atendido, os materiais de construção deveriam suportar também o desgaste que os índices pluviométricos muito baixos — chove em média de três a quatro dias por ano — ocasiona. Como o clima é seco e o ar é muito poluído, a grande quantidade de partículas suspensas acabam corroendo estruturas mais frágeis. "Optamos pelo concreto aparente e estrutura metálica, além de placas de fechamento em cobre pré-oxidadas", explica.