Projeto Casarão da Inovação Cassina, em Manaus, vence prêmio internacional

O projeto Casarão de Inovação Cassina foi selecionado como vencedor da edição 2022 do Prêmio Oscar Niemeyer de Arquitetura Latino-Americana
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O edifício fica no centro de Manaus (AM) e teve somente o seu interior revitalizado, sob a proposta de gerar questionamentos e convidar a população à reflexão (Foto: Joana França/Reprodução)

Texto: Naíza Ximenes

04/08/2022 | 16:25 — O projeto arquitetônico Casarão da Inovação Cassina — uma iniciativa do arquiteto e urbanista Laurent Troost de adaptação do patrimônio histórico em um ambiente de coworking — venceu a edição de 2022 de uma das premiações internacionais mais importantes para a arquitetura: o Prêmio Oscar Niemeyer de Arquitetura Latino-Americana.

O projeto de Laurent Troost já foi destaque em pelo menos sete premiações, e venceu cerca de cinco concursos, incluindo o Prêmio Oscar Niemeyer. Somente em competições nacionais, o edifício venceu o Prêmio IAB Centenário 2022 e o Prêmio Instituto Tomie Ohtake Akzonobel. Nas internacionais, foi ganhador do Architecture Masterprize, do Metal Architecture Award e do Prêmio Oscar Niemeyer, além de ter sido eleito como finalista nos internacionais Architizer Award e MCHAP Award.

O edifício, que fica no centro de Manaus (AM) e aparenta estar em ruínas, teve somente o seu interior revitalizado, sob a proposta de gerar questionamentos e convidar a população à reflexão. O intuito, segundo Troost, é propor uma ponderação sobre o passado e a ação do tempo e do homem na cidade. É uma forma inovadora e respeitosa de fomentar a relação entre cidadão e patrimônio histórico do município.

Hoje, o espaço de coworking do Casarão, erguido em 1896, é voltado para profissionais da economia digital. Foram construídos recintos multifuncionais, salões, salas de reuniões, laboratórios, salas de formação, restaurante no último piso do edifício e ambientes com vistas privilegiadas para o centro da cidade e para o Rio Negro.

Além de propor a reflexão, o arquiteto também optou por preservar o estado de ruína como uma intervenção, por ser a última fachada da região concebida com argamassa pigmentada com pó de arenito vermelho. Foram realizados apenas trabalhos pontuais de restauro, todos a partir de processos minuciosos. 

O projeto Casarão da Inovação Cassina, além de criar ambientes corporativos no interior, também adicionou uma floresta tropical e uma estrutura de aço industrial dentro das ruínas. Ao abordar a história do edifício, o arquiteto conta que ele pode ser considerado uma síntese dos ciclos econômicos de Manaus, já que foi construído na época da borracha, passou pelo declínio da atividade, integrou a era do Distrito Industrial e, hoje, acolhe a nova economia digital. 

O autor do projeto comemorou a premiação e o destaque que ela proporciona à cidade no quesito “arquitetura contemporânea”. “Essa premiação é muito importante para equipe e para cidade de Manaus, já que permite colocar Manaus no mapa da arquitetura contemporânea de qualidade a nível internacional. O prêmio mostra que a Amazônia, além de ser importante em conceitos ambientais e biológicos, tem relevância a nível cultural, histórico e arquitetônico”, disse Troost. 

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