Rio de Janeiro recebe exposição com projetos inéditos de Burle Marx

Os itens fazem parte da coleção de mais de 120 mil peças preservadas pelo Instituto Burle Marx, entidade sem fins lucrativos fundada em 2019
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Rio de Janeiro recebe exposição com projetos inéditos de Burle Marx

A mostra reúne trabalhos como croquis, desenhos, pinturas, maquetes e documentos (Imagem: Divulgação/Casa Roberto Marinho)

Texto: Vinícius Veloso

09/11/2021 | 13:36 — O acervo criado pelo paisagista Roberto Burle Marx durante quase nove décadas de trabalho do profissional e de sua equipe é o destaque da exposição “O Tempo Completa”. Montada na Casa Roberto Marinho, localizada na zona sul do Rio de Janeiro, a mostra reúne cerca de 130 projetos, entre croquis, desenhos, pinturas, maquetes e documentos, sendo que boa parte deste material é inédito. Os visitantes poderão contemplar, ainda, as plantas de obras importantes, como do Grande Hotel Pampulha, dos Ministérios da Educação e da Saúde e da residência de Walter Moreira Salles. Os itens fazem parte da coleção de mais de 120 mil peças preservadas pelo Instituto Burle Marx, entidade sem fins lucrativos fundada em 2019.

Na entrada da exposição há uma linha do tempo que viaja pela biografia do paisagista, relembrando parcerias com nomes importantes da arquitetura modernista, como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Affonso Eduardo Reidy. Nas proximidades deste local estão instalações metálicas executadas com base em projetos de bandeiras desenhados pelo profissional para lugares como a Praça Rosa Luxemburgo, em Berlim. Este é um dos trabalhos que nunca tinha saído do papel. Além disso, o jardim do centro cultural que recebe a mostra leva a assinatura de Burle Marx — resultado da amizade entre o paisagista e o jornalista Roberto Marinho.

De acordo com Lauro Cavalcanti, diretor da Casa Roberto Marinho, o tema da exposição foi inspirado em um pensamento de Burle Marx. O paisagista dizia que o tempo completa uma paisagem com a participação orgânica das espécies na criação das belezas. “[Nosso homenageado] também nos alertava que os lentos processos da milenar natureza podem ser destruídos em simples horas pela ignorância e pela ação mecânica violenta”, afirma.

A mostra “O Tempo Completa” permanece em cartaz até 06 de fevereiro de 2022.

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